Havana (RV) – Deus confiou seu projeto de amor à família, que tem a sublime
missão de ser célula fundamental da sociedade e verdadeira Igreja doméstica. Essas
palavras de Bento XVI pronunciadas na missa celebrada na segunda-feira, em Santiago
de Cuba, têm uma pertinência e um significado ainda mais profundo no atual contexto
cubano.
A desestruturação da família é um dos aspectos que compromete o tecido
social, e fenômenos, que até então não se verificavam em Cuba, passam a ter uma incidência
cada vez maior, como é o caso da delinquência. Gravidez precoce, frequentes trocas
de parceiros, crimes cometidos em âmbito familiar demonstram uma formação fragmentada,
uma estrutura moral frágil.
“Nessas circunstâncias e neste período da história,
a família desempenha um papel fundamental. Cuba precisa da fidelidade, da unidade,
da capacidade dos pais de acolher a vida humana, especialmente a mais indefesa e necessitada”,
disse o Papa na homilia.
Diante desses desafios, a mulher desempenha um papel
singular na sociedade cubana, como nos relata a Ir. Maria de los Ángeles Rodríguez
Pérez:
“A mulher hoje é a mãe, mas também o pai. A mulher hoje é que
teve que assumir a frente de cada lar. Infelizmente, muitos pais abandonaram a casa
e foram as mulheres que assumiram completamente a família. Muitas se encontram em
situação muito difícil, com filhos doentes ou com os pais enfermos e devemos ajudar
a encontrar um sentido e animá-las, mas a mulher hoje é força para a sociedade cubana.
Outra figura fundamental na sociedade cubana são os avós, que logo após a revolução
assumiram o papel de transmitir a fé de geração em geração”.
Na missa
que a reportagem do Programa Brasileiro participou no domingo, na Igreja de Santo
Inácio e do Sagrado Coração, no centro de Havana, havia uma predominância de idosos,
dos quais muitos acompanhados dos netos. Uma observação que foi confirmada pelo frade
capuchinho Fr. Antonio Martins, da Igreja Cristo de Limpias, sempre em Havana:
De Havana
para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri