2012-03-25 13:21:03

A Cuba "mariana" que aguarda Bento XVI


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Havana (RV) – Oitocentos jornalistas de 295 meios de comunicação de 33 países. No trajeto que o Papa percorrerá, o governo caprichou na organização, asfalto novo, pintura fresca. Nas ruas, cartazes que anunciam sua iminente chegada. Enfim, tudo pronto em Cuba para a aguardada visita de Bento XVI.

Seguindo os passos do seu predecessor, o Beato João Paulo II, o Pontífice virá a Cuba como Peregrino da Caridade, revitalizando a devoção mariana tão forte e presente na alma cubana há 400 anos, desde que sua imagem foi descoberta. Aliás, este é o aspecto que une todos os cubanos, fora ou dentro do país. Dos expoentes políticos ao mais simples cidadão, pelas ruas todos são unânimes em afirmar que Nossa Senhora da Caridade do Cobre faz parte da alma cubana. Uma devoção que ultrapassa os confins católicos, os confins políticos e revolucionários.

Segundo o programa da viagem, Bento XVI chegará à Ilha na segunda-feira. A porta de entrada será Santiago de Cuba, onde celebrará a missa pelos 400 anos de descobrimento da imagem. No dia seguinte, irá ao Santuário dedicado à Virgem – uma visita inédita. A segunda e última etapa será Havana, onde encontrará o Presidente Raúl Castro e celebrará a Missa na emblemática Praça da Revolução.

Mas além dos aspectos práticos da organização desta visita, que Cuba superou "não obstante o embargo estadunidente", afirmou o diretor da Sala de Imprensa internacional Gustavo Machin, como os cubanos estão vivendo a expectativa para a chegada do Papa? Vamos ouvir o leigo Antonio Silva da Cunha, do Movimento dos Focolares. Ele é bahiano de Euclides da Cunha e mora há três anos em Havana:

"Para nós, é muito importante a vinda porque abre outra época seja para a Igreja em Cuba, seja para a sociedade. A vinda do Papa acho que tem esta perspectiva. A sociedade de Cuba está em busca de respostas e também de novos valores, de novas formas de vida, para dar aos poucos uma saída a todas as perguntas, a tudo aquilo que o povo sente. E eu acho que o governo entendeu muito bem que a vinda do Papa pode transmitir essa nova esperança, esta nova ideia de futuro para a população, é uma opinião pessoal minha. Por outro, para a Igreja, é uma possibilidade de maior abertura e também de poder doar a essa mesma sociedade os valores que ela está buscando. Então a vinda do Papa é muito importante porque serve para confirmar a fé que já existe no povo, naqueles que pertencem e frequentam a Igreja Católica e também naqueles que não pertencem, porque o povo cubano é altamente religioso."

De Cuba para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri








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