Havana
(RV) – Oitocentos jornalistas de 295 meios de comunicação de 33 países. No trajeto
que o Papa percorrerá, o governo caprichou na organização, asfalto novo, pintura fresca.
Nas ruas, cartazes que anunciam sua iminente chegada. Enfim, tudo pronto em Cuba para
a aguardada visita de Bento XVI.
Seguindo os passos do seu predecessor, o Beato
João Paulo II, o Pontífice virá a Cuba como Peregrino da Caridade, revitalizando a
devoção mariana tão forte e presente na alma cubana há 400 anos, desde que sua imagem
foi descoberta. Aliás, este é o aspecto que une todos os cubanos, fora ou dentro do
país. Dos expoentes políticos ao mais simples cidadão, pelas ruas todos são unânimes
em afirmar que Nossa Senhora da Caridade do Cobre faz parte da alma cubana. Uma devoção
que ultrapassa os confins católicos, os confins políticos e revolucionários.
Segundo
o programa da viagem, Bento XVI chegará à Ilha na segunda-feira. A porta de entrada
será Santiago de Cuba, onde celebrará a missa pelos 400 anos de descobrimento da imagem.
No dia seguinte, irá ao Santuário dedicado à Virgem – uma visita inédita. A segunda
e última etapa será Havana, onde encontrará o Presidente Raúl Castro e celebrará a
Missa na emblemática Praça da Revolução.
Mas além dos aspectos práticos da
organização desta visita, que Cuba superou "não obstante o embargo estadunidente",
afirmou o diretor da Sala de Imprensa internacional Gustavo Machin, como os cubanos
estão vivendo a expectativa para a chegada do Papa? Vamos ouvir o leigo Antonio Silva
da Cunha, do Movimento dos Focolares. Ele é bahiano de Euclides da Cunha e mora há
três anos em Havana:
"Para nós, é muito importante a vinda porque abre outra
época seja para a Igreja em Cuba, seja para a sociedade. A vinda do Papa acho que
tem esta perspectiva. A sociedade de Cuba está em busca de respostas e também de novos
valores, de novas formas de vida, para dar aos poucos uma saída a todas as perguntas,
a tudo aquilo que o povo sente. E eu acho que o governo entendeu muito bem que a vinda
do Papa pode transmitir essa nova esperança, esta nova ideia de futuro para a população,
é uma opinião pessoal minha. Por outro, para a Igreja, é uma possibilidade de maior
abertura e também de poder doar a essa mesma sociedade os valores que ela está buscando.
Então a vinda do Papa é muito importante porque serve para confirmar a fé que já existe
no povo, naqueles que pertencem e frequentam a Igreja Católica e também naqueles que
não pertencem, porque o povo cubano é altamente religioso."
De Cuba para a
Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri