Dia Mundial da Água: "Suspender atividades predatórias". Ouça entrevista
Cidade
do Vaticano (RV) - Hoje se comemora o Dia Mundial da Água, criado na Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992. A data é comemorada
desde 22 de março de 1993.
Entre as diversas atividades de comemoração e de
protesto, o Fórum de Mudanças Climáticas informa que o Professor Altair Sales Barbosa,
que estuda o bioma do cerrado há 40 anos, fará uma palestra sobre o tema “Os Rios
que brotam do Cerrado, o berço das águas”. O evento será acessível a partir das 9h
na seguinte página: http://www.livestream.com/caravideo.
O cerrado é uma grande
savana tropical, uma eco-região caracterizada por uma enorme biodiversidade de fauna
e flora. Segundo o WWF, è a savana biologicamente mais rica no mundo.
É ainda
o segundo maior bioma brasileiro, estendendo-se por uma área de 2.045.064 km2, que
abrange oito estados do Brasil Central: Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, Maranhão,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí e Distrito Federal.
Cortado por três
das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, tem índices pluviométricos regulares
que lhe propiciam sua grande biodiversidade.
Altair Barbosa é professor titular
da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) onde fundou o Instituto do Trópico
Subúmido (ITS). Em exclusiva à RV o professor faz o seu chamado, neste Dia Mundial
da Água:
"Atualmente, acho que se devem suspender imediatamente todas as
ações predatórias que contribuem para a diminuição dos aquíferos, pelo fato que se
nós não atuarmos desta forma, daqui a um tempo muito mais curto do que podemos imaginar,
não teremos águas suficientes para alimentar e abastecer todas as atividades econômicas
e mesmo sanar a sede das populações que habitam na AM do Sul. O importante no momento
é suspender estas ações predatórias, pois repor estes aqüíferos, que se vêm formando
há milhões de anos, recarregá-los, é praticamente impossível.
Com relação
às famílias, elas têm um papel importante na socialização do homem, então, todos os
grandes órgãos que contribuem para a socialização do homem deveriam dirigir mensagens
específicas para que as famílias de hoje voltem a exercer seu papel educativo, de
formação integral do cidadão. O cidadão integral, formado integralmente, é capaz de
perceber os perigos que afetam todas as questões ambientais, mas só se for consciente
como cidadão saberá lutar pelo direito de preservar não só a questão ambiental, mas
preservar também sua qualidade de vida”. (CM)