Bento XVI partiu esta manhã de Roma. Após 14 horas de voo, deverá chegar ao México
às 16.30 locais (quase meia noite na Europa)
(23/3/2012) Bento XVI partiu às 9.30 do aeroporto de Fiumicino, depois de ter sido
saudado pelo primeiro ministro, Mario Monti, dando início a uma viagem de seis dias
ao México e Cuba. O Papa enviou a tradicional mensagem de despedida ao presidente
da Itália, ao deixar o país, afirmando que a visita pretende "apoiar a missão da Igreja
local", nos países latino-americanos, e levar "uma mensagem de esperança".
Regressa
assim à América Latina, onde vivem quase metade (49 %) dos 1196 milhões de batizados.
Este número corresponde a uma percentagem de 28,34 por cento da população total do
continente americano, valor que registou uma quebra de 0,2 por cento entre 2009 e
2010. A queda do número de católicos na América Latina, o avanço do secularismo
e o aumento da influência das seitas são algumas das principais preocupações que Bento
XVI tem manifestado, a respeito desta região. Nesse sentido, o Papa revelou a sua
intenção de visitar o México e Cuba para ali "proclamar a Palavra de Cristo e para
garantir a convicção de que este é um tempo precioso para evangelizar com fé firme,
esperança viva e caridade fervorosa”. A ideia vai ao encontro das conclusões da
última Conferência Geral dos Episcopados da América Latina e das Caraíbas, que decorreu
em maio de 2007, em Aparecida (Brasil). O Papa inaugurou os trabalhos desta reunião
magna, que juntou mais de 260 participantes, e convidou os representantes das conferências
episcopais da região a não confundirem o Cristianismo com qualquer ideologia política
ou partidária. "Se a Igreja começasse a transformar-se diretamente em sujeito político,
não faria mais pelos pobres e pela justiça, mas, pelo contrário, faria menos, porque
perderia a sua independência e a sua autoridade moral, identificando-se com uma única
via política e com posições parciais questionáveis", alertou. Perante problemas
sociais graves e o avanço das seitas, o Papa considera que Deus e a evangelização
são as respostas para os desafios da América Latina e os Bispos foram desafiados a
centrarem a sua ação na figura de Jesus para fazer face a um "certo enfraquecimento"
da vida cristã. Esse fenómeno acontece, segundo o Papa, "devido ao secularismo,
ao hedonismo, ao indiferentismo e ao proselitismo de numerosas seitas, de religiões
animistas e de novas expressões pseudorreligiosas". Esta é a primeira vez que Bento
XVI visita países de língua hispânica na América Latina e é a sua terceira viagem
ao continente americano, após a viagem ao Brasil (2007) e aos EUA (2008).