Apoio da comunidade internacional aos esforços de mediação de Kofi Annan na Siria
(22/3/2012) O Conselho de Segurança das Nações Unidas chegou nesta quarta-feira a
acordo sobre uma declaração em que manifesta “total apoio” aos esforços de mediação
de Kofi Annan, enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe, para encontrar
uma saída para a crise na Síria. O texto – sem o valor de uma resolução – ultrapassa
um impasse que durava há meses naquele fórum e coloca sob maior pressão o regime de
Bashar al-Assad. A declaração – acordada depois de a Rússia ter visto satisfeitas
as suas objecções em relação a uma anterior versão do texto – ameaça Damasco com “novas
medidas” caso o regime de Assad não acate num prazo razoável o plano que lhe foi proposto
na semana passada pelo ex-secretário-geral da ONU. O conteúdo exacto da proposta
não foi divulgado, mas segundo fontes diplomáticas inclui um cessar-fogo a ser cumprido
de forma gradual pelo Exército e os grupos armados da oposição, bem como o envio de
observadores para o terreno e o posterior início de um diálogo político. A declaração
adoptada pelo Conselho de Segurança apela a Bashar al-Assad e à oposição síria que
“trabalhem de boa fé” com Kofi Annan e pede que seja “aplicado imediatamente” o plano
que tinha sido apresentado pelo antigo secretário-geral da ONU e que implica um cessar-fogo
e a disponibilização de acesso à ajuda humanitária. O texto refere “o fim de todas
as formas de violência armada” e “a disponibilização de ajuda humanitária a todas
as zonas afectadas pelos combates”. O plano de Annan pede também que os sírios possam
manifestar-se pacificamente e que seja permitido o acesso ao país por parte dos jornalistas,
bem como “a libertação de pessoas detidas arbitrariamente”. Desta vez o texto
contou com o acordo da Rússia e da China, que já tinham vetado no Conselho de Segurança
duas resoluções sobre a Síria.