(21/3/2012) Uma viagem de 22 mil quilómetros vai levar Bento XVI pela primeira vez
ao México e Cuba, entre os próximos dias 23 e 28, visitando respetivamente o segundo
maior país católico do mundo e um bastião do comunismo. Segundo números do Vaticano,
existem no México mais de 99 milhões de católicos (91,89 por cento da população do
país), o que corresponde a cerca de 8,2 por cento do total de batizados em todo o
mundo (1196 milhões) e coloca a nação em segundo lugar, a nível mundial, apenas atrás
do Brasil; em Cuba, os católicos são 6,7 milhões, 60,19 por cento dos habitantes ilha. Esta
é a primeira vez que o atual Papa visita países de língua hispânica na América Latina
e a sua terceira viagem ao continente americano, após a viagem ao Brasil (2007) e
aos EUA (2008), estando previsto um percurso equivalente a meia volta ao mundo, com
dez intervenções. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou aos
jornalistas que o Papa não irá deslocar-se à Cidade do México (e ao Santuário de Guadalupe)
por causa da altitude (cerca de 2400 metros), optando pelo Estado de Guanajuato, na
região central. É nesta localidade que se situa a Diocese de León, fundada pelo
Papa Pio IX em janeiro de 1863; o Papa vai ficar alojado no Colégio Miraflores, pertença
da congregação das Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus. A celebração
central, no dia 25, vai decorrer no Parque Guanajuato Bicentenário, espaço comemorativo
dos 200 anos da independência do México que se localiza entre as cidades de Guanajuato,
Silao e León, com 14 mil metros quadrados, sendo esperadas milhões de pessoas. Bento
XVI vai sobrevoar de helicóptero a imagem de Cristo Rei, em Silao, referência para
milhares de católicos durante a ‘Guerra Cristera’ (1926-1929), levantamento popular
contra as disposições anticlericais da Constituição Mexicana de 1917. Em Cuba,
Bento XVI começa por visitar a cidade de Santiago, onde se encontra o Santuário da
Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha, cuja imagem foi descoberta há 400
anos e serviu de referência a muitos dos combatentes pela independência do país. Bento
XVI vai passar a noite numa residência, junto ao santuário; já na capital, Havana,
o Papa fica hospedado na Nunciatura Apostólica, onde vai receber os bispos cubanos. A
missa final vai decorrer na atual Praça da Revolução, antiga Praça José Martí (1853-1895),
político, poeta e herói nacional de Cuba. João Paulo II visitou Cuba em 1998 e
esteve cinco vezes no México, um dos países mais visitados pelo beato polaco: 1979
(na primeira viagem internacional do pontificado), 1990, 1993, 1999 e 2002.