Catedral de Léon, México: onde a padroeira da cidade acolherá o Papa
Léon (RV)
- Estamos a três dias da viagem do Papa ao México, e é para lá que o Especial Catedrais
de hoje leva vocês. Vamos conhecer a Catedral de Léon, onde o Santo Padre presidirá
a Missa das Vésperas com os bispos do México e da América Latina no próximo domingo.
Mas antes de chegar À Catedral de Léon, vamos conhecer um pouco mais da história dessa
cidade que fica no coração do México.
Léon foi fundada em 20 de janeiro de
1576, pelo vice-rei de Espanha Martín Enríquez de Almanza, com o nome “Vale da Senhora”.
Mais tarde, a cidade recebeu outro nome, para homenagear seu fundador, que era originário
de Léon de Castilla, na Espanha, passando então a chamar-se Léon.
Desde o
início, o vilarejo tinha fortes componentes da população aborígene e dos colonizadores
espanhóis, e as etnias foram se separando em bairros pela cidade. Os jesuítas chegaram
por lá em 1731 e se instalaram na “Santa Escola de Cristo”, atual “Templo do Imaculado”.
A partir dessa época, os habitantes da cidade passaram a desenvolver uma forte veneração
por uma pintura da “Nossa Senhora da Luz”, que depois passou a ser a padroeira da
cidade. Mas essa é uma história que vamos contar daqui a pouco.
A cidade,
sede o arcebispado de Léon, desde o início de 1800 é muito ligada às lutas independentistas
e aos numerosos confrontos entre as facções mexicanas em diferentes períodos da história
dos últimos dois séculos. Desde 1810, por muitos anos, quando da “Convocatória Independentista”
que chamou à luta pela insurreição, a cidade foi centro de luta entre independentistas
e fies à monarquia espanhola.
Hoje León de Los Aldama compreende uma área municipal
de um mil 183 km², situada no centro da república mexicana, no estado de Guanajuato.
E bem no centro histórico dessa cidade de mais de dois milhões de habitantes, está
a Catedral: “Basílica de la Madre Santisima de la Luz de León”, dedicada à “Virgem
da Luz”, que, como dissemos anteriormente, é a padroeira da cidade. As cores que se
destacam no seu exterior são salmão, ocre e bege. A fachada é toda revestida de pedras,
com pilares e voltas ornadas por gregas simples e elegantes molduras. Apresenta dois
corpos. No primeiro, dois pares de colunas coríntias sustentam um friso que marca
o arco de acesso. No segundo, outras duas colunas iguais marcam a janela do coro,
em cujo topo, ao centro, vê-se um medalhão com um relevo de anjos carregando a virgem.
Mas vamos atravessar esse pórtico, então, e entrar na Catedral.
Aqui
dentro, os tons opacos do edifício cedem lugar a um brilho dourado quebrado, aqui
e ali, pelo colorido dos vitrais. Em estilo neoclássico, o altar principal, em mármore
de Carrara, granito e bronze dourado, apresenta colunas monolíticas, protegendo a
imagem da Virgem.
A sua planta é em Cruz Latina, com uma única nave de 72
metros de comprimento por 13 metros de largura. Dois altares coroam a extremidade
desse espaço, um dedicado à Imaculada Conceição e outro à Virgem de Guadalupe. Mas
ao longo da nave vemos outros seis altares, três de cada lado.
E a Catedral
é a casa da padroeira da cidade, a Nossa Senhora da Luz. A imagem passou a ser venerada
a partir de uma pintura do séc. XVIII realizada em Palermo. Um documento fala de um
“juramento de amor e fidelidade à Virgem da Luz em uma cerimônia guiada por Pe. Ignacio
Aguado”, em 1849, quando, com a bênção do Bispo de Micoán, teria sido solicitado à
Santa Sé a proclamação oficial da Nossa Senhora da Luz como padroeira de Léon.
Em
1850, uma epidemia de cólera abateu-se sobre a região. Cidadãos e autoridades prometeram
à padroeira que, em cada paróquia, durante os três dias anteriores à Festa da Assunção,
seriam cantadas as ladainhas lauretanas (que são as ladainhas que se cantava à Virgem
Maria na casa de Loreto). Desde então, a cada ano, nessas datas, a tradição se repete.
Em 16 de março de 1866, a pintura foi transferida em cerimônia solene à Catedral
de Léon. Rezam as lendas que, naquele dia, o bispo da diocese, Dom José Maria Sollano,
recebeu emocionado a padroeira com essas palavras: “Que entre a rainha na sua casa”.
Pio IX, em 1872, declarou-a, oficialmente, a padroeira da cidade de Léon.
E
lá estará a rainha da casa e dos corações do povo de Léon, para acolher o Santo Padre
e a todos que, no domingo, estarão com ele para a Missa das Vésperas. A Rádio Vaticano
também participará, fazendo a transmissão da celebração. (ED)