Baía de Guanabara: 10 mil litros de esgoto por segundo

Rio de Janeiro (RV) – Nesta quinta-feira, 22 de março, comemora-se o Dia Mundial da Água, instituído pelas Nações Unidas no ano de 1992. Somente cerca de 0,008% do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo), e grande parte dessas fontes (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. O Dia Mundial da Água tem como objetivo principal criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

Estamos também a três meses da Rio+20, a conferência sobre o desenvolvimento sustentável que deve atrair ao Rio de Janeiro mais de 100 chefes de Estado. E nesse contexto, justamente no Rio de Janeiro, temos um exemplo de degradação ambiental sério. Trata-se da Baía de Guanabara, banhada por dezenas de rios, originalmente cercada por manguezais e antigo hábitat de golfinhos e tartarugas marinhas. Ela, cujo programa de despoluição está em andamento desde 1995, hoje recebe 10 mil litros por segundo de esgoto sem tratamento.

Anunciado há 20 anos, durante a Rio 92, o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara começou a ser executado em 1995, mas foi prorrogado oficialmente sete vezes e, um bilhão de dólares mais tarde, continua inacabado. Uma das cidades símbolo da sustentabilidade tem um dos seus maiores símbolos de beleza natural degradados.

Esse projeto já passou por sete governos e duas conferências internacionais sobre meio ambiente. Fica aí uma reflexão a ser feita. (ED)