Índios Pataxó e fazendeiros no sul da Bahia: um conflito que dura 30 anos
Pau
Brasil (RV) - Na Bahia, a terra indígena Caramuru-Paraguassú do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe
aguarda julgamento desde 2008, num processo que se arrasta desde a década de 80. Desde
então, 30 lideranças foram assassinadas.
Um dos casos mais aberrantes foi
o de Galdino, o Pataxó Hã-Hã-Hãe queimado num ponto de ônibus em Brasília na madrugada
do dia 20 de abril de 1997, depois de um dia brigando pelo território de seu povo
na ocasião do Dia do Índio.
O compasso da espera aos indígenas, portanto,
tem desenhado dor, sofrimento e mortes. Para reivindicar a devolução de suas propriedades,
os índios Pataxó Hã Hã Hãe invadiram propriedades no sul baiano, pleiteando na Justiça
Federal a devolução de 54 mil hectares pertencentes à tribo e invadidas pelos fazendeiros
da região.
Com isto, o sul baiano está em pé de guerra e os índios esperam
que a Justiça resolva logo a questão, já que o processo vem se arrastando ao longo
dos anos.
Nos últimos dias, o procurador geral da Bahia, Rui Moraes Cruz, enviou
documento à ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, informando que agora
já existem condições de segurança para que ocorra o julgamento do conflito de terra.
Representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio) se reuniram na terça-feira
(17) para discutir a ocupação, e de acordo com Wilson Jesus de Souza, coordenador
do órgão em Pau Brasil, os índios estão pressionando a Funai por mais apoio e têm
direito ao terreno. "Têm direito porque é uma área histórica" – garante ele.
Ouça
a reportagem da Rádio do Conselho Indigenista Missionário, CIMI, sobre esta questão,
clicando acima. (CM)