Bruxelas (RV) – A Comissão das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) alertou
nesta segunda-feira para o aumento dos casos de “intolerância e discriminação” contra
os cristãos, no Velho Continente. A posição é assumida, em comunicado, no dia em que
se tornou público o relatório de 2011 do Observatório sobre a Intolerância e a Discriminação
Religiosa na Europa (OIDCE).
Segundo a Comissão das Conferências Episcopais
da Europa, o documento descreve “um fenômeno de relevância crescente no mundo ocidental:
a negação de direitos iguais e a marginalização social dos cristãos”. “Os casos de
intolerância e discriminação em relação aos cristãos na Europa não cessam de aumentar”,
informam os episcopados católicos.
A nota sublinha que o “interesse crescente
da mídia” por estes casos oferece “uma voz a sofrimentos anônimos”. No relatório do
Observatório, que se apresenta como uma “antena independente do CCEE”, é particularmente
criticada a apresentação do norueguês Anders Breivik, que em julho de 2011 matou 77
pessoas em Oslo e na ilha de Utoya, como um “extremista cristão”.
O Observatório
pede respeito às “tradições e parâmetros histórico-culturais” em relação a símbolos
religiosos nos espaços públicos. “O símbolo cristão da cruz é mais do que um símbolo
religioso, ilustra raízes históricas e a sua remoção não é um ato de neutralidade”,
lê-se no documento.
Os bispos da CCEE se dizem “particularmente atentos a
estas manifestações de discriminação e de intolerância religiosa, que confirmam, de
fato, que certos valores e certos direitos fundamentalmente ligados à Europa, como
a liberdade de religião e o reconhecimento jurídico das Igrejas, estão longe de ser
um dado adquirido”.
O bispo húngaro, Dom András Veres, encarregado pelo CCEE
de acompanhar o Observatório, assinala que “a religião está cada vez mais presente
na vida das pessoas” e que as manifestações de intolerância “constituem uma realidade
alarmante”. “Acreditar em Deus não pode ser considerado uma falha ou um sinal de fraqueza”,
sublinha. O relatório apresenta várias dezenas de casos de “manifestações de discriminação
ou intolerância” com base na religião. (SP)