2012-03-19 11:15:11

Viagem de Bento XVI ao México e Cuba sob o signo dos 200 anos de independência


(19/3/2012) O anúncio desta viagem foi feito pelo próprio Papa, durante a homilia da missa para a América Latina, a 12 de dezembro de 2011, solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe. O Papa colocou assim esta visita em ligação direta com as comemorações do bicentenário da independência dos países da América Latina, festejadas entre 2010 a 2014, com exceção do Peru e do Brasil (2020-2022).
O próprio reconheceu, na ocasião, o “novo protagonismo emergente no concerto mundial” destas nações e antecipou alguns dos temas que deve tratar nesta sua 23ª viagem ao estrangeiro: “Nestas circunstâncias, é importante que os seus diversos povos salvaguardem o seu rico tesouro de fé e o seu dinamismo histórico-cultural, sendo sempre defensores da vida humana desde a sua conceção até ao seu ocaso natural e promotores da paz”.
“Devem tutelar igualmente a família na sua natureza e missão genuínas, intensificando ao mesmo tempo uma vasta e minuciosa tarefa educativa que prepare retamente as pessoas e as torne conscientes das suas capacidades, de modo que enfrentem digna e responsavelmente o seu destino. De igual modo estão chamados a incrementar cada vez mais iniciativas concretas e programas efetivos que propiciem a reconciliação e a fraternidade, incrementem a solidariedade e o cuidado do meio ambiente, fortalecendo ao mesmo tempo os esforços para superar a miséria, o analfabetismo e a corrupção e erradicar qualquer injustiça, violência, criminalidade, insegurança urbana, narcotráfico e extorsão”, acrescentou.
Guzman Carriquiry, secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina, publicou o livro ‘O bicentenário da independência dos países latino-americanos’, no contexto da viagem papal, sublinhando que a data “ajuda a recapitular o passado histórico” e a “enfrentar todas as questões, desafios e missões que a independência deixou por resolver”.
Carriquiry cita, a este respeito, o general venezuelano Simón Bolívar (1783-1830), um dos heróis das independências sul-americanas face ao império espanhol: “A independência é o único bem que obtivemos à custa de todos os outros”.
“No fundo, queria dizer que nem sequer a independência estava garantida, como verificamos na história”, indica o secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina.
O autor sublinha que a região sempre se teve de confrontar com situações de desequilíbrio, seja pela ingerência das potências anglo-saxónicas em matéria económica e política, seja pela discriminação a que foram votadas as populações indígenas, obrigadas a viver em condições “degradantes”.
A primeira missa que Bento XVI vai celebrar, no México, tem lugar no Parque do Bicentenário da independência e, para Guzman Carriquiry, o Papa vai “olhar e dirigir-se para toda a América Latina, que está a viver uma fase histórica muito favorável e muito promissora”.








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