2012-03-18 17:09:29

Nova Evangelização: "Evangelii Nuntiandi" e ação evangelizadora mediante ministérios diversificados


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Cidade do Vaticano (RV) - Amigo ouvinte, voltamos ao nosso encontro semanal dedicado à nova evangelização. Justamente diante da urgência da nova evangelização que o Papa Bento XVI convocou para o mês de outubro próximo o Sínodo dos Bispos que terá como tema "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã".

De fato, em vista desse evento de grande importância para a Igreja no mundo inteiro, estamos revisitando alguns documentos magisteriais pertinentes à missionariedade da Igreja. Prosseguimos assim a nossa revisitação à Exortação Apostólica "Evangelii Nuntiandi" para nesta edição concluir o VI e penúltimo capítulo, que trata dos obreiros da evangelização. Ao desenvolver o tema, o capítulo fala de "tarefas diversificadas". Na edição passada trouxemos o número 71, que trata da ação evangelizadora da família.

Por sua vez, o número 72 trata dos jovens, destacando, dentre outras coisas, que "é necessário que os jovens, bem formados na fé e na oração, se tornem cada vez mais os apóstolos da juventude", para depois afirmar que a Igreja põe grandes esperanças na generosa contribuição deles.

E passemos imediatamente ao nº 73, que conclui o capítulo VI e trata de Ministérios diversificados. Diz o texto:

Ministérios diversificados

73. "Assim, a presença ativa dos leigos nas realidades temporais assume toda a sua importância. No entanto, é preciso não descurar ou não deixar no esquecimento outra dimensão: os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios Pastores ao serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, pelo exercício dos ministérios muito diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor houver por bem depositar neles (...)
É certo que, ao lado dos ministérios ordenados, graças aos quais alguns fiéis são colocados na ordem dos Pastores e passam a consagrar-se de uma maneira particular ao serviço da comunidade, a Igreja reconhece também o lugar de ministérios não-ordenados, e que são aptos para assegurar um especial serviço da mesma Igreja.
Um relance sobre as origens da Igreja é muito elucidativo e fará com que se beneficie de uma antiga experiência nesta matéria dos ministérios, experiência que se apresenta válida, dado que ela permitiu à Igreja consolidar-se, crescer e expandir-se. O atender assim às fontes, deve ser completado ainda pela atenção às necessidades atuais da humanidade e da mesma Igreja. O ir beber nestas fontes sempre inspiradoras, e o nada sacrificar destes valores, mas saber adaptar-se às exigências e às necessidades atuais, constituem a base sobre que há de assentar a busca sapiente e o colocar na devida luz os ministérios de que a Igreja precisa e que bom número dos seus membros hão de ter a peito abraçar para uma maior vitalidade da comunidade eclesial.
Tais ministérios virão a ter um verdadeiro valor pastoral na medida em que se estabelecerem com um respeito absoluto da unidade e aproveitando-se da orientação dos Pastores, que são precisamente os responsáveis e os artífices da mesma unidade da Igreja.
Tais ministérios, novos na aparência mas muito ligados a experiências vividas pela Igreja ao longo da sua existência, por exemplo, os de catequistas, de animadores da oração e do canto, de cristãos devotados ao serviço da Palavra de Deus ou à assistência aos irmãos em necessidade, ou ainda os de chefes de pequenas comunidades, de responsáveis por movimentos apostólicos, ou outros responsáveis, são preciosos para a implantação, para a vida e para o crescimento da Igreja e para a sua capacidade de irradiar a própria mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes. Nós somos devedores também da nossa estima particular a todos os leigos que aceitam consagrar uma parte do seu tempo, das suas energias e às vezes mesmo a sua vida toda, ao serviço das missões.

Para todos os obreiros da evangelização é necessária uma preparação séria; e é necessária de modo muito particular para aqueles que se dedicam ao ministério da Palavra. Animados pela convicção, incessantemente aprofundada, da nobreza e da riqueza da Palavra de Deus, aqueles que têm a missão de a transmitir devem dedicar a maior atenção à dignidade, à precisão e à adaptação da sua linguagem. Todos sabem que a arte de falar se reveste hoje em dia de uma grandíssima importância. E como poderiam então os pregadores e os catequistas descurá-la? (...)"

Amigo ouvinte, ao tratar da questão dos obreiros da evangelização, é bom lembrar que a obra humana deve ser considerada instrumental. É o Espírito Santo que, de certo modo, expande a si mesmo no mundo quando evangeliza. Ademais, como já afirmamos quando nos ocupamos dos sujeitos da evangelização, o sujeito fundamental da evangelização é a Igreja como tal. E como tudo aquilo que a Igreja faz é evangelização, na Igreja tudo deve ter como centro Jesus Cristo, único salvador.

Amigo ouvinte, até a próxima semana, se Deus quiser! (RL)







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