"Visita de Bento XVI estimulará Cuba a abrir-se ainda mais", afirma Núncio
Cidade do Vaticano (RV) – Faltando exatamente uma semana para a viagem de Bento
XVI à América Latina, a Rádio Vaticano entrevistou o Núncio Apostólico em Cuba, Dom
Bruno Musarò, que fala o que os cubanos se esperam da presença do Papa:
"Nos
últimos anos, com o novo Presidente da República, houve uma abertura sobretudo econômica,
que suscitou e continua a suscitar muita esperança nos cubanos. É uma esperança no
sentido de que esta abertura continue e possa chegar a um estilo de vida mais tranquilo,
um estilo de vida que possa dar mais confiança para as pessoas se comprometerem com
o trabalho para o bem comum da sociedade. E então essas pessoas esperam que a presença
de Bento XVI em Cuba, em continuidade com a visita apostólica de João Paulo II, ajude
a sociedade cubana a abrir-se ainda mais. E aqui ninguém esquece, e o próprio governo
ficou satisfeito, das palavras de João Paulo II em 1998: 'Que Cuba se abra ao mundo
e que o mundo se abra a Cuba'. Creio seja este o segredo mais profundo que brota do
coração de todos os cubanos. Mas, sobretudo, se espera da visita de Bento XVI um processo
de reconciliação entre todos os cubanos."
Sobre os preparativos para esta
visita, Dom Musarò afirma que houve pouco tempo para organizar tudo, e talvez justamente
isso levou as duas Comissões, a da Igreja e a do governo, a trabalharem assiduamente,
com rapidez, nos preparativos. "Devo dizer que realmente se trabalhou muito bem."
Dom Musaró, na atual sociedade, que relação existe entre fiéis e ateus?
"Este
é um aspecto muito difícil de se relevar, porque sabemos que depois do triunfo da
revolução de Fidel Castro, em 1959, passados alguns anos Cuba foi definido um 'país
ateu'. Porém, este aspecto do ateísmo foi retirado da Constituição pouco antes da
visita de João Paulo II. Praticamente, não tinha nenhum significado. Como se pode
falar de um país ateu aqui na América Latina? Ao invés, se deve destacar que além
dos católicos, existem cristãos de outras confissões e, infelizmente, também invasões
de seitas pentecostais – um fenômeno que caracteriza toda a América Latina. Ou seja,
o ateísmo foi algo muito superficial, segundo a minha opinião."