ONU destaca decisão do Brasil em processar coronel da ditadura
Genebra (RV) – O Escritório do Alto-comissário para os Direitos Humanos da
ONU, com sede na Suíça, divulgou nesta sexta-feira uma nota na qual acata a decisão
do Ministério Público Federal de apresentar acusações criminais contra o coronel aposentado
Sebastião Curió Rodrigues de Moura, pelo desaparecimento de cinco pessoas durante
a ditadura militar no Brasil.
A nota destaca que esta é a primeira vez que
o Brasil promove uma ação desse tipo para violações dos direitos humanos cometidas
entre os anos de 1964 e 1985. Tentativas anteriores foram bloqueadas por interpretações
da lei da Anistia, de 1979. O Escritório diz ainda que este é o primeiro e crucial
passo para lutar contra a impunidade que rodeia o período da ditadura militar no Brasil.
O coronel vai ser acusado por sequestro agravado pelo desaparecimento de cinco
integrantes da guerrilha do Araguaia que foram presos em 1974. As acusações ainda
precisam ser aprovadas por um juiz antes que o caso vá para o tribunal.
O comunicado
traz ainda uma observação: em 2010, a Corte Interamericana de Direitos Humanos decidiu
que a lei de Anistia no Brasil é inválida e que as investigações criminais e processos
devem prosseguir.
O Escritório demonstra ainda, na nota, a esperança de que
o Judiciário brasileiro vai defender os direitos fundamentais das vítimas à verdade
e à justiça, ao permitir o avanço do processo. (RB)