2012-03-14 12:24:53

Migração: Bispos italianos alertam para "novo êxodo"


Roma (RV) – "A humanidade assiste a um novo êxodo de pessoas que buscam paz, pedem direitos e fogem da fome e da sede." Assim, os Bispos da Comissão Episcopal Italiana para as Migrações (CEMi) recordaram o primeiro aniversário da revolução no norte da África, que levou mais de 62 mil pessoas a desembarcarem na Itália em 2011.

"Passado um ano – escrevem os Bispos ao final de seu encontro de 12 de março -, ainda estão presentes na nossa memória as imagens daquelas numerosas embarcações repletas de homens, mulheres e crianças, os inúmeros cadáveres na estiva de um barco ou levados pelas ondas do mar até a costa. Assim como não podemos nos esquecer da solidariedade, da generosidade de inúmeros voluntários, do trabalho de muitos marítimos, do acolhimento de muitas paróquias e dioceses italianas, unidas a momentos de sofrimento e de medo".

O texto evidencia que a ilha de Lampedusa, que foi a porta de entrada de 52 mil migrantes, foi o "sinal de contradição" de uma Itália e de uma Europa que, de um lado, "possuem uma riqueza extraordinária de cultura, uma profunda consciência dos direitos, uma rica tradição cristã", mas que, nesta circunstância, correm o risco de "se fechar, de rechaçar, de recusar".

As contradições de Lampedusa são, às vezes, as contradições das nossas comunidades cristãs, incertas na leitura de um fenômeno que sempre mais cresce e toca os lugares cotidianos da nossa vida, como é a mobilidade das pessoas: do sul ao norte da Itália, do leste a oeste da Europa, do sul ao norte do mundo.

"É preciso ler nesses números da migração não somente um dado estatístico novo, mas um novo êxodo de pessoas que buscam paz, pedem direitos e fogem da fome e da sede, irmãos em caminho. Significa interpretar a história com os olhos da fé e construir as nossas comunidades como casas, tendas em que cada um possa encontrar hospitalidade".

(BF)







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