2012-03-13 12:06:44

Fórum da Água em Marselha: menos desperdícios e acesso a todos


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Marselha (RV) - Começou ontem, segunda-feira, na cidade francesa de Marselha, e termina em 17 de março, o 6º Fórum Mundial da Água.

Estima-se que 20 mil pessoas de 140 países se reunirão no encontro, organizado pelo WWC – Conselho Mundial da Água, a cada três anos, perto do Dia Mundial da Água. A Delegação da Santa Sé é formada por três componentes do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz.

A ideia do Fórum Mundial da Água é buscar soluções para os principais problemas relacionados a este recurso natural, além de chamar atenção da população mundial para seu uso racional e sustentável. Neste ano, o tema do encontro será “Tempo para Soluções” com os objetivos de estimular que o tema ganhe importância na agenda política de governos; aprofundar discussões e trocas de experiências sobre as soluções para os desafios atuais e formular propostas concretas para os problemas.

No processo preparatório para o Fórum, os participantes do continente americano decidiram abordar seis temas:
- Água e Saneamento;
- Água e Adaptação às Mudanças Climáticas;
- Gestão Integrada de Recursos Hídricos;
- Água para Alimento;
- Água para Energia e
- Melhoria da Qualidade dos Recursos Hídricos e Ecossistemas.

A participação brasileira será coordenada por um colegiado denominado Seção Brasil do Conselho Mundial da Água, que agrega instituições e segmentos envolvidos com o tema. O colegiado é composto por 22 membros do Conselho Mundial da Água e 20 instituições convidadas. O Brasil é o quinto país em termos de representação nacional junto ao Conselho Mundial.

O Brasil também terá um espaço dentro do Fórum, o Pavilhão Brasil, com auditório, estandes e o Espaço Rio+20 que apresentará boas práticas brasileiras em relação à água e chamará a atenção para a Conferência da ONU em Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

A questão da água é uma das maiores emergências do mundo hoje: um bilhão de pessoas ainda não têm acesso à água limpa. Segundo a OSCE, organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, a demanda de água vai aumentar no mundo 55% por causa do crescimento demográfico e do incremento da urbanização. Portanto, “utilizar a água de modo racional e estabelecer tarifas que desencorajem o desperdício” são prioridades.

A agenda do Fórum, no entanto, não convence todos. As ONGs, por exemplo, a consideram próxima demais dos interesses das grandes empresas e bancos internacionais. Por isso, uma centena de organizações promoverão um fórum paralelo, com participantes de vários países. Muitas estruturas da sociedade civil vão aderir a ambos os eventos. É o caso do Comitê Católico para a Fome e o Desenvolvimento, uma das principais ONGs francesas de inspiração cristã. O Comitê foi enviado ao Fórum para participar do debate sobre a segurança alimentar, defendendo as razões dos pequenos agricultores, principalmente do sul do mundo, cujo acesso á água é ameaçado por políticas agrícolas fracassadas, mudanças climáticas e processos de privatização da água.

Segundo o responsável da ONG, “estaremos lá para duplicar os espaços de sensibilização. Não é suficiente pedir água potável para todos. É preciso atrair a atenção para a água para a irrigação e o sustento das famílias do campo, no centro do processo de privatização que as empobrece e obriga a abandonar tudo” – disse Issoufaly.

Março está se tornando um mês cada vez mais importante para os diferentes movimentos sociais. O Dia internacional da Mulher, celebrado no dia 8, já o faz muito especial, pois conclama a todos ao apoio às lutas das mulheres por sua liberdade e igualdade de direitos num mundo marcado por profundas desigualdades, discriminações e dominações. Mas com a definição do dia 14 como Dia internacional de lutas contra as barragens, pelos rios, pela água e pela vida, e do dia 16 como o Dia nacional de conscientização sobre as mudanças climáticas, março se afirma como um tempo realmente desafiador.

(CM)







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