2012-03-10 16:42:00

A gratidão da Igreja e dos Papas às mulheres do mundo


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Cidade do Vaticano (RV) - A semana que se encerra foi marcada pelo Dia Internacional da Mulher, e para o Programa Brasileiro da RV, esta é a ocasião para relembrar a Carta às Mulheres, um documento publicado por João Paulo em coincidência com a IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, em 29 de junho de 1995.

A carta reiterava que a Igreja quer oferecer a sua contribuição para a defesa da dignidade e dos direitos das mulheres falando diretamente ao coração e às mentes de todas as mulheres.

João Paulo II se detém sobre o tema da dignidade e dos direitos da mulheres, considerados à luz da Palavra de Deus. Afirma que o ponto de partida deste diálogo não pode ser outro senão um “obrigado”.

O Papa apresentava a sua gratidão à mulher-mãe, à mulher-esposa, mulher-filha, mulher-irmã, mulher-trabalhadora, mulher-consagrada, e à mulher, pelo simples fato de ser mulher.

O texto condenava a violência sexual, a cultura hedonista e mercantilista que promove a exploração sistemática da sexualidade e faz um apelo aos Estados e organismos internacionais para que se faça o que for preciso para devolver à mulher o pleno respeito da sua dignidade e do seu papel.

“A realização do humano só ocorre mediante a complementariedade do feminino e do masculino. A esta unidade de dois, Deus confiou a procriação e a vida da família e até a construção da própria história” – escrevia o Pontífice, em 1995.

João Paulo II morreu dez anos mais tarde. Em 2005, foi eleito Bento XVI, que desde o início do seu pontificado tem dedicado discursos, mensagens e intervenções às mulheres, destacando a importância da dimensão feminina na Igreja e na sociedade.

Na audiência geral de 14 de fevereiro de 2007, em tributo às mulheres e à sua responsabilidade eclesial desde as primeiras comunidades cristãs até hoje, o Papa disse que “além dos Doze, colunas da Igreja, pais do novo Povo de Deus, são escolhidas no número dos discípulos também muitas mulheres”. Bento XVI mencionou a profetisa Ana, a Samaritana, a mulher sírio-fenícia, a hemorroíssa e a pecadora perdoada, lembrando ainda as protagonistas de parábolas eficazes como a dona de casa que amassa o pão, a mulher que perde a dracma, e a viúva que importuna o juiz, todas citadas nos Evangelhos.

“Mais significativas para o nosso assunto são aquelas mulheres que desenvolveram um papel ativo no contexto da missão de Jesus. Em primeiro lugar, pensamos naturalmente na Virgem Maria que, com a sua fé e a sua obra materna, colaborou de modo único para a nossa Redenção, tanto que Isabel a proclamou "bendita és tu entre as mulheres" - disse Bento XVI.

Prosseguindo no tempo, em 9 de fevereiro de 2008, o Papa recordou o 20º aniversário da publicação da Carta Apostólica “Mulieris Dignitatem”, de João Paulo II, condenando “uma mentalidade machista que ignora a novidade do cristianismo, que reconhece e proclama a igual dignidade e responsabilidade da mulher em relação ao homem”.

“Existem lugares e culturas em que a mulher é discriminada ou subestimada unicamente pelo fato de ser mulher, onde se faz recurso até a argumentos religiosos e a pressões familiares, sociais e culturais para sustentar a desigualdade dos sexos, onde se perpetram atos de violência contra a mulher, tornando-a objeto de atrocidades e de exploração na publicidade e na indústria do consumo e da diversão” - alertou.

Em discurso de 22 de março de 2009, em Angola, Bento XVI lembrou que “a história registra quase exclusivamente as conquistas dos homens, quando, na realidade, uma parte importantíssima da mesma se fica a dever a ações determinantes, perseverantes e benéficas realizadas por mulheres”.

Um ano atrás, em março de 2011, repetiu que “também hoje a Igreja recebe um grande benefício do exercício da maternidade espiritual de tantas mulheres, consagradas e leigas, que alimentam nas almas o pensamento por Deus, fortalecem a fé do povo e orientam a vida cristã rumo a picos sempre mais elevados".

Hoje, março de 2011, Bento XVI pede em sua intenção geral deste mês que “o contributo dado pelas mulheres ao desenvolvimento da sociedade seja adequadamente reconhecido em todo o mundo”.
(CM)








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