Bogotá (RV) - Um deslocamento em massa de indígenas e afrodescendentes de três
remotas comunidades do departamento colombiano de Chocó acentuou nesta quinta-feira
a crise que atinge esta região selvática, que enfrenta há uma semana um conflito armado
declarado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
O êxodo,
de mais de 370 pessoas, foi causado por bombardeios e combates entre militares e rebeldes
em uma zona conflituosa dos limites de Chocó com o departamento vizinho de Antioquia.
As
FARC mantiveram nas últimas semanas uma inusitada atividade militar e política, que
coincide com o avanço das gestões para a libertação - por decisão unilateral do grupo
rebelde - dos últimos dez militares mantidos como reféns pela guerrilha.
O
governo colombiano afirmou nesta quinta-feira, depois de uma reunião com delegados
do Brasil e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que já existem condições de
segurança para que a guerrilha das FARC liberte 10 militares, como se comprometeu
em fevereiro.
"Por parte do governo da Colômbia, o governo do Brasil e o Comitê
Internacional da Cruz Vermelha (CICV) já existem todas as condições para que os sequestrados
sejam libertados" - disse o vice-ministro da Defesa, Jorge Bedoya, a jornalistas.
“Que farsa é essa?”, lamentou, entretanto, o ministro da Defesa colombiano,
Juan Carlos Pinzón, ao criticar a dupla estratégia das Farc de, por um lado, anunciar
a libertação dos reféns e, por outro, cometer ataques contra a população civil. (CM)