Colombo (RV) - Diante dos efeitos da guerra e da persistência de direitos negados,
um bispo em Sri Lanka escreveu ao presidente do país.
Dom Joseph Rayappu,
bispo da diocese setentrional de Jaffna, e um grupo de expoentes do clero de Sri Lanka,
pedem que um organismo independente internacional esclareça os crimes de guerra, aponte
as reais responsabilidades e garanta os direitos dos sobreviventes a uma justa indenização.
A carta foi enviada ao Presidente Mahinda Rajapaksa e ao Conselho dos Direitos
Humanos das Nações Unidas pelo próprio bispo, que desacredita o governo e seu trabalho
“Verdade e Reconciliação” empreendido depois da derrota militar da rebelião dos chamados
“Tigres Tâmeis” (Ltte) em maio de 2009, depois de 27 anos de crise.
Segundo
os 31 signatários, o governo foi e ainda é omisso em relação às violações cometidas
antes, durante e depois do conflito, e se recusa em abordar o tema. Em 2010, o governo
de Colombo criou a Comissão Verdade e Reconciliação para mediar as divergências entre
a minoria tâmil e a maioria cingalesa, em perene conflito. “A Comissão identificou
os abusos cometidos pelos rebeldes, formulou recomendações positivas, mas fracassou
no âmbito da busca da verdade e das responsabilidades, não obstante tenha obtido provas
e testemunhos”.
Em relação às responsabilidades do exército nos crimes e violações
relevados no território, já existe uma controvérsia entre especialistas da ONU e o
governo de Colombo, que rechaçou o relatório da equipe das Nações Unidas. (CM)