2012-03-08 13:01:24

Realidade em Moçambique coloca missionários à prova


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Cidade do Vaticano (RV) – Na semana passada, o Quadro Missão da RV destacou a história de Irmão Roberto Carlos Ramos, missionário em Moçambique. Conhecemos um pouco sobre os principais desafios desde que chegou à África, em 2007.

“Eu tive malária duas vezes: a primeira seguida de anemia aguda. Como aqui em Safala cerca de 25% da população é portadora do HIV, os médicos desaconselham transfusões de sangue então vivi um momento bastante delicado”.

Conhecemos também que um dos principais focos da Missão em Moçambique é a educação: são cerca de 800 internos além de uma escola com 2.130 alunos.

“Nós estamos dedicando a eles a confiança de formar outros professores e, aos poucos, há essa multiplicação a partir destes líderes que foram formando novas lideranças”.

Hoje, no segundo episódio do Quadro Missão – Moçambique, Irmão Roberto Carlos revela os piores problemas enfrentados pelos missionários Irmãos das Escolas Cristãs, na Diocese de Beira.

A guerra em Moçambique terminou com a independência, em 1975, mas ainda vive-se as consequências de um conflito já tão distante.

“No interior há muitas minas que ainda não foram desativadas. A nova geração já está estabilizada, mas a geração que viveu a guerra traz o sentimento ainda muito forte. A estabilidade política também contribui para que essas lembranças fiquem no passado”.

Mas o grande problema para os missionários é outro.

“O maior problema do país é a pandemia de HIV/AIDS. Existe apoio internacional e a própria igreja tem grupos de reflexão, mas a questão ainda assusta muito a sociedade e a prevenção passou também a ser um desafio missionário. Aqui em Mangunde e também na Diocese de Beira, onde os irmãos estão, nós trabalhamos junto com a Comunidade Sant’Egidio, de Roma. Falamos abertamente sobre a doença com os jovens, principalmente no que tange a prevenção. Sempre usamos palavras-chave como: ser fiel nas relações, ter prudência em relação as mulheres grávidas, incentivar o tratamento com antirretrovirais para que a criança não nasça com HIV. Aliás, esse é o foco da Comunidade Sant’Egidio aqui em Moçambique. E, também, via governamental, o uso de preservativos. Essas são as alternativas, porque a epidemia está quase incontrolável.

Na localidade, onde a expectativa de vida é de 37 anos, os esforços para conscientizar as pessoas sobre o HIV bate de frente com questões culturais, principalmente os rituais.

“Seguindo um pouco o esquema da tribo, o homem tem várias mulheres. Além disso, os rituais tradicionais ajudam a disseminar o vírus como, por exemplo, a mutilação genital feminina e masculina, nos quais são utilizadas as mesmas ‘ferramentas’. É um desafio missionário muito grande”.









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