2012-03-08 17:51:59

China: condenados à morte pela justiça são os maiores doadores de órgãos do país


Roma (RV) – Os condenados a morte pela Justiça, na China, são a principal fonte de órgãos usados em transplantes no país. Uma prática que fere os direitos humanos, mas que é de notório conhecimento por parte a comunidade internacional, conforme afirma o Diretor do Centro Nacional de Transplantes de Roma, Professor Nanni Costa.

“A China, no que diz respeito a transplantes, tem um dado negativo”, afirmou o Professor, citando que parte dos doadores de órgãos são pessoas encarceradas condenadas à morte. “Esse é um fato inaceitável sob o ponto de vista ético – ressaltou –, reconhecido pelo próprio governo, que, nos últimos anos, está procurando adequar-se às normas mais usadas internacionalmente.”

Quanto à opinião pública, o Professor diz acreditar que não seja expressiva nesse caso. A China é o segundo país no mundo em número de transplantes, com dez mil operações ao ano, atrás somente dos Estados Unidos. A dificuldade, segundo Nanni Costa, se cria porque, de um lado, tem a requisição dos pacientes nos hospitais que esperam por órgãos, de outro, a falta de ética com a qual se operou até agora, e que precisa ser mudada.

“Voltar atrás não é simples”, disse o Diretor, que destaca como positiva, porém, a tentativa da Organização Mundial de Saúde, a OMS, de introduzir no interior do sistema jurídico chinês elementos análogos aos do resto do mundo ocidental. Segundo o Professor, a situação da China é a mais complicada a nível global no que diz respeito aos transplantes.

Mas vale recordar que não é a única, visto que, em muitos países, aí incluídos os ocidentais, há uma espécie de mercado negro de órgãos, no qual pessoas vulneráveis são aliciadas a submeterem-se a cirurgias e a venderem seus órgãos. Isso ganha o nome de “turismo de transplante”, quando o órgão é retirado em um país para ser mandado a outro. (ED)








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