2012-03-05 10:32:01

Nigéria: terrorismo, economia e educação no centro da reflexão dos Bispos


Abuja (RV) - "A história recente da Nigéria foi marcada por crises que duraram anos e para as quais se desperdiçou um tempo precioso que poderia ter sido utilizado para realizar um autêntico desenvolvimento na nossa terra." É o que afirmam os Bispos da Nigéria, no documento final de sua primeira Assembleia Plenária do ano, que se concluiu na capital federal, Abuja, sexta-feira passada.

No documento, se destaca que 2012 teve início com a crise sobre a abolição "inoportuna" dos subsídios para os combustíveis, que desencadeou "oito dias de protesto que pararam a economia, com a perda de vidas preciosas e de bilhões de nairas (moeda local)".

No que diz respeito ao terrorismo da seita Boko Haram, os Bispos afirmam: "2011 confirmou os nossos piores temores de que o nosso país, que já lida com pobreza, corrupção e infraestruturas decadentes, deve enfrentar agora o problema do terrorismo e do consequente fenômeno dos deslocados internos".

Entre os atentados mais graves, está o que atingiu os fiéis (inclusive passantes e muçulmanos) que se preparavam para celebrar a Vigília de Natal na Igreja de Santa Teresa em Madalla. Ao estender a todas as vítimas, de todas as religiões, as próprias condolências, os Bispos pedem que o Estado assuma suas responsabilidades na defesa dos próprios cidadãos. No comunicado, se apreciam os esforços efetuados para deter os membros de Boko Haram, assim como a condenação dos ataques por parte dos líderes muçulmanos.

"Não podemos deixar de reconhecer que a crise provocada por Boko Haram fez de modo que muitos nigerianos dessem o melhor de si. Nós nos felicitamos pelo gesto exemplar de civilidade com o qual os muçulmanos protegeram os cristãos enquanto rezavam, e os cristãos protegeram os muçulmanos durante sua oração", destaca o comunicado.

A Conferência Episcopal Nigeriana lançou ainda um apelo ao diálogo e à reconciliação nacional, e em especial à política, para que ouça os pedidos dos cidadãos. Para formar cidadãos conscientes dos próprios direitos e deveres, capazes de oferecerem sua contribuição ao desenvolvimento do país, se destaca a necessidade de garantir um sistema educativo eficiente.

(BF/Agência Fides)








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