Também a nós a transfiguração de Jesus ajuda a enfrentar, na fé, a experiência do
mal: Bento XVI, na Missa celebrada numa paróquia
(04/03/2012)Bento XVI deslocou-se neste domingo a uma paróquia de Roma, de
São João Batista de La Salle, onde saudou e dirigiu a palavra às crianças e celebrou
a Missa paroquial. Na homilia, comentou naturalmente as leituras do dia, com o episódio
da transfiguração de Jesus: “A transfiguração é um momento antecipado de
luz que nos ajuda a encarar com o olhar da fé a paixão de Jesus. Esta é, sim, um mistério
de sofrimento, mas é também a “bem-aventurada paixão”, porque é um mistério do extraordinário
amor de Deus; é o êxodo definitivo que nos abre a porta para a liberdade e novidade
da Ressurreição, da salvação do mal. Disso temos bem no nosso caminho quotidiano,
muitas vezes marcado também pelo mal”.
A paróquia hoje visitada pelo
Papa é de recente formação – criada no ano 2000 e com uma igreja moderna, consagrada
em 2009. Congratulando-se com a gradual consolidação do sentido de pertença à comunidade
paroquial, observou Bento XVI: “A fé há-de ser vivida em conjunto e a
paróquia é um lugar onde se aprende a viver a própria fé no nós da
Igreja. Desejo encorajar-vos para que cresça também a corresponsabilidade pastoral,,
num perspetiva de autêntica comunhão entre todas as realidades presentes, que estão
chamadas a caminhar conjuntamente, a viver a complementariedade na diversidade, a
testemunhar o nós da Igreja, da família de Deus”.
Ao
meio dia, na costumada alocução antes da recitação do Angelus, já da janela dos seus
aposentos sobre a Praça de São Pedro, Bento XVI comentou de novo o evangelho da transfiguração,
recordando que, “no itinerário quaresmal, a liturgia, depois de nos ter convidado
(no domingo passado) a seguir Jesus no deserto, para enfrentar e vencer com Ele as
tentações, propõe-nos (agora) que subamos juntamente com Ele ao monte da oração
, para contemplar no seu rosto humano a luz gloriosa de Deus.”
Jesus quer
que esta luz possa iluminar os corações dos Apóstolos quando estes atravessarem as
trevas da sua paixão e morte, quando o escândalo da cruz for para eles insuportável.
Deus é luz e Jesus quer dar aos seus amigos mais íntimos a experiência desta luz.
Mesmo na noite mais obscura, Jesus é a lâmpada que nunca se extingue. Santo Agostinho
resume este mistério com uma belíssima expressão: “O que para
os olhos do corpo é o sol que vemos, é-o (Cristo) para os olhos do coração.
Todos nós temos necessidade de luz interior para superar as provas desta vida. Esta
luz vem de Deus e é Cristo que no-la dá, Ele no qual habita a plenitude da divindade.
Subamos com Jesus ao monte da oração , contemplando o seu rosto cheio de amor e de
verdade, deixemo-nos cumular interiormente da sua luz”.