Paquistão: Bispos se reúnem em Assembleia e recordam martírio de ministro assassinado
Lahore (RV) – Tem início este domingo, em Lahore, a Assembleia anual da Conferência
Episcopal Paquistanesa.
Entre os inúmeros temas em debate, este ano há a recordação
do primeiro aniversário da morte de Shabhaz Bhatti, Ministro católico para as Minorias
Religiosas assassinado em 2 de março por extremistas islâmicos em Islamabad.
"A
semente plantada pelo martírio de Bhatti criará novos jovens evangelizadores no Paquistão":
declarou à Agência Fides o Presidente da Comissão para o Diálogo Inter-religioso da
Conferência Episcopal, Dom Andrew Francis, Bispo de Multan.
"Os jovens cristãos
do Paquistão – explica o Bispo – se prepararam com grande intensidade, cuidado e oração
para recordar Shabhaz Bhatti. A sua figura é especialmente significativa para os jovens,
que estão determinados a dar um autêntico testemunho da fé em Cristo, seguindo o exemplo
de Bhatti".
Dom Francis explica: "A Igreja no Paquistão pretende responder
ao apelo do Papa para a nova evangelização, e a lembrança de Bhatti fará crescer muitos
novos evangelizadores, no Punjab e em todo o país. O seu martírio não será inútil:
como Bispo, o inserimos na justa perspectiva evangélica, da fé e da esperança. Se
o grão de trigo não morre, não produz fruto".
"No ano passado – recorda o
Bispo –, escrevemos um carta ao Santo Padre, pedindo para que aberto o processo para
declarar Bhatti mártir. Aguardamos uma resposta da Santa Sé e esta questão será novamente
levantada na Assembléia dos Bispos paquistaneses."
No dia 2, realizaram-se
celebrações e Santas Missas em várias igrejas paquistanesas, com eventos especiais
em Lahore, Karachi, Islamabad e Peshawar. Pela manhã, em Kushpur, houve uma assembleia
pública de comemoração; à noite, milhares de ativistas da APMA ("All Pakistan Minorities
Alliance", fundada por Bhatti) realizaram nas ruas de Islamabad uma procissão e uma
vigília de oração no local da morte.
No próximo dia 6, está prevista uma recordação
institucional, com a participação das mais altas autoridades estatais e dos líderes
religiosos (muitos muçulmanos) e uma assembleia de pelo menos cinco mil pessoas, entre
fiéis cristãos e de outras religiões.