Papa encerra retiro espiritual "repleto de profundo agradecimento a Deus"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI participou na manhã deste sábado
da última meditação dos exercícios espirituais da Quaresma – que se realizaram ao
longo de toda a semana.
Ao final deste retiro quaresmal, o Papa dirigiu algumas
palavras de agradecimento ao Cardeal congolês Laurent Monsengwo Pasinya, que este
ano foi o autor das meditações, que tiveram como tema a comunhão com Deus.
"Obrigado,
Eminência, em nome de todos, pela guia que nos doou nesses Exercícios Espirituais.
O senhor nos guiou, como dizer, no grande jardim da Primeira Carta de S. João e assim
em toda a Escritura, com grande competência exegética e com experiência espiritual
e pastoral. Guiou sempre com o olhar dirigido a Deus, e justamente com este olhar
a Deus, aprendemos o amor, a fé que cria comunhão. E o senhor temperou essas suas
meditações com belas histórias, principalmente de sua querida terra africana, que
nos deram alegria e nos ajudaram".
Bento XVI disse que ficou particularmente
impressionado com a história que o Cardeal contou de um amigo seu, que, em coma, tinha
a impressão de estar num túnel escuro, mas no final via um pouco de luz e, sobretudo,
ouvia uma bela música. "Parece-me que esta possa ser uma parábola da nossa vida: muitas
vezes nos encontramos num túnel escuro em plena noite, mas pela fé, no final, vemos
luz e ouvimos uma bela música, percebemos a beleza de Deus, do céu e da terra, de
Deus criador e da criatura, e assim nossa salvação é objeto de esperança (cfr Rm 8,24).
Além das palavras pronunciadas de maneira improvisada, Bento XVI entregou
uma carta de agradecimento ao Arcebispo de Kinshasa. Eis alguns trechos da mensagem:
"Comentando
alguns trechos da Primeira Carta de S. João, o senhor nos guiou num itinerário de
redescobrimento do mistério de comunhão em que fomos inseridos a partir do nosso Batismo.
Graças a este percurso, o silêncio e a oração desses dias, de modo especial a adoração
eucarística, foram repletos de profundo reconhecimento por Deus, pelo “grande amor”
(1 Jo 3,1) que nos deu e com o qual nos uniu a Si numa relação filial, que
constitui a nossa mais profunda realidade. Um motivo especial de alegria foi para
mim poder colher, com sua presença e estilo, o testemunho peculiar de fé da Igreja
que crê, espera e ama no Continente africano: um patrimônio espiritual que constitui
uma grande riqueza para todo o Povo de Deus e para o mundo inteiro, especialmente
na perspectiva da nova evangelização. Como filho da Igreja na África, o senhor nos
fez experimentar mais uma vez o intercâmbio de dons que é um dos aspectos mais belos
da comunhão eclesial, cuja variedade das proveniências geográficas e culturais encontra
modo de expressão de maneira sinfônica na unidade do Corpo místico."
A partir
deste domingo, 4, com o a oração mariana do Angelus, o Papa retoma sua habitual agenda
de encontros e audiências. (BF)