Igreja no Sri Lanka não aprova resolução da ONU sobre a guerra no país
Colombo (Agência Fides) – Não a uma resolução da ONU sobre os crimes de guerra
cometidos no Sri Lanka; não à "indevida ingerência na soberania nacional" por parte
dos Estados Unidos, que apoiam esta resolução. É o que pediu o Arcebispo de Colombo,
Card. Albert Malcolm Ranjith, intervindo no fervoroso debate, interno e internacional,
sobre como tratar as violências que marcaram especialmente as últimas fases da guerra
civil entre o exército regular e os rebeldes dos tigres tâmil ("Liberation Tigers
of tamil Eelam").
Como referido por Pe. Cyril Fernando, porta-voz da Arquidiocese
de Colombo, segundo o Card. Ranjith "o melhor modo para contrastar as ingerências
dos países ocidentais é aplicar as recomendações da Comissão especial para a Reconciliação
("Lessons Learnt Riconciliation Commission"), instituída pelo governo na fase pós-bélica.
O Arcebispo exorta o governo a aplicar "sem demoras" essas recomendações, convidando
toda a população, e a excluir do debate público "toda discriminação racial e religiosa".
Ongs
da sociedade civil do Sri Lanka concordam com a urgência de aplicar essas "recomendações".
Em especial, entre as indicações emergidas pela Comissão, destaca-se a desmilitarização,
a responsabilização da administração civil, a reinserção dos refugiados tâmil, o desmantelamento
das forças paramilitares, a libertação das pessoas detidas ilegalmente e um sério
impulso à economia local.
"Sem esses elementos, todos os discursos de reconciliação
permanecem um engano", afirma uma nota enviada a Agência Fides pelas Ongs. "Uma resolução
duradoura à difícil questão étnica – prossegue a nota – pode ser alcançada somente
se o poder for descentralizado nos Conselhos provinciais". (BF)