2012-03-03 11:22:47

Editorial: O amor pela Terra Santa


Cidade do Vaticano (RV) – RealAudioMP3 A cada ano a Igreja Católica realiza na Sexta-feira Santa, em todas as dioceses do mundo, uma coleta destinada a manter os trabalhos de evangelização na Terra Santa. Com esse gesto se quer despertar e promover nos fiéis cristãos o amor pela Terra Santa, pela terra que viu a passagem de Cristo. Como nos anos precedentes, também este ano o Prefeito da Congregação para as Igreja Orientais, Cardeal Leonardo Sandri, enviou uma carta a todos os bispos do mundo convidando a defender os cristãos da Terra Santa por meio da promoção de iniciativas particulares de oração e caridade fraterna. Um olhar que vai também para os cristãos que vivem fora de Israel e Palestina, como Jordânia, Síria, Líbano, Chipre e Egito. O Cardeal chama a atenção para o fato de que “para eles, as hostilidades são o pão de cada dia que alimenta sua fé e por vezes faz ressoar o eco do martírio”.

Grande parte da coleta da Sexta-feira Santa há muitos séculos é usada para as obras da Custódia da Terra Santa, sob a responsabilidade dos franciscanos. São 65 os lugares santos mantidos pelos filhos de Francisco. Os freis da Custódia prestam serviço nos principais e mais importantes santuários da redenção, como a Basílica da Anunciação, em Nazaré, da Natividade, em Belém, e o Santo Sepulcro, em Jerusalém. A iniciativa é uma tradição que remonta aos tempos da Igreja primitiva. O próprio apóstolo Paulo convidava as comunidades da Ásia Menor a sustentar seus irmãos de Jerusalém.

Bento XVI tem recordado continuamente a necessidade de apoiar a missão da Igreja nos Lugares Santos e assim evitar que os cristãos deixem a região: “A emigração de cristãos tem se agravado pela falta de paz, que tenta empobrecer a esperança, transformando-se em medo de estar sozinho perante um futuro que parece não existir, senão como um abandono da própria pátria” – disse Dom Sandri na sua carta para a Coleta da Sexta-feira Santa. A Terra Santa confia na fraternidade da Igreja presente em todo o mundo e deseja responder a ela, comunicando a experiência da graça e da dor que marcam o seu caminho.

A terra onde Jesus nasceu sente a dor causada pelo aumento da violência contra os cristãos e consequentemente a fuga daqueles que são pedras vivas do cristianismo. Os cristãos do Oriente vivem a atualidade do martírio e sofrem com a instabilidade e a ausência da paz; e o sinal mais preocupante continua sendo o êxodo incontrolável.

Por isso, é dever de todos se unirem ao Papa Bento XVI para encorajar os cristãos de Jerusalém, Israel e Palestina, da Jordânia e dos países vizinhos: “Nós nunca devemos nos resignar à falta de paz. A paz é possível. A paz é urgente. A paz é condição indispensável para uma vida digna da pessoa humana e da sociedade. A paz é também o melhor remédio para evitar a migração do Oriente Médio”.

A coleta da Sexta-Feira Santa é parte da causa da paz, à qual os irmãos e irmãs da Terra Santa desejam servir como instrumentos eficazes para o bem de todo o Oriente. Esta iniciativa é o caminho indispensável para promover a vida dos cristãos naquela Terra amada. Na exortação pós-sinodal ‘Verbum Domini', Bento XVI afirmou que os cristãos que vivem na Terra de Jesus testemunham a fé no Ressuscitado; “são chamados não só a servir como farol de fé para a Igreja presente em todo o mundo, mas também como fermento de harmonia, sabedoria e equilíbrio na vida de uma sociedade que tradicionalmente tem sido, e continua sendo, pluralista, multiétnica e multirreligiosa”.

A coleta em prol da Terra Santa visa precisamente sensibilizar os fiéis sobre o valor da solidariedade para com a comunidade e as instituições católicas presentes na região e promover iniciativas e intervenções em favor dos lugares santos que conservam a memória de Cristo.

Os católicos na Terra Santa são hoje apenas 1,8% da população de Israel e territórios palestinos e 1,9% na Jordânia. Em toda a Terra Santa, somam 240 mil. (Silvonei José)







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