2012-03-01 14:07:27

ONU condena regime sírio por crimes contra a humanidade


Genebra (RV) – O regime sírio recebeu hoje uma nova condenação da comunidade internacional pelas atrocidades perpetradas contra a população – com o objetivo de por fim à rebelião contra o regime de Al Assad – com a aprovação no Conselho dos Direitos Humanos da ONU de uma resolução que requer acesso humanitário ao país. A declaração é feita no mesmo momento em que as forças militares de Al Assad estão espalhadas pelos arredores de Homs à espera do momento mais propício para uma ofensiva terrestre.

Homs, e particularmente alguns de seus bairros onde o regime acredita que se escondem os rebeldes, suporta há muitas semanas ataques de artilharia, enquanto a população está isolada e privada de todos os bens essenciais, principalmente alimentos.

Por isso, a resolução desta quinta-feira – iniciativa da Turquia e Catar – declara a urgência para que se permita o acesso das organizações humanitárias e das Nações Unidas aos civis vítimas dos ataques em virtude do fracasso das negociações que nos últimos dias a Cruz Vermelha Internacional manteve com as partes do conflito. Além da liberação de cerca de vinte feridos na última sexta-feira, mais ninguém pode ser resgatado para receber atendimento médico.

No plano político, o texto adotado pelo Conselho dos Direitos Humanos, representa um passo a mais na vontade internacional de que não fiquem impunes as violações dos direitos humanos na Síria, caracterizadas por crimes contra a humanidade, de acordo com as informações repassadas pela ONU.

Nesse sentido, reitera a importância de garantir que os responsáveis serão levados à Justiça e condenados pelos seus atos, coincidindo com as petições de que o caso da Síria seja elevado à Corte Penal Internacional.

Ao tomar a palavra no plenário, a porta-voz da ONG Instituto dos Direitos Humanos do Cairo descreveu a sensação de muitos na sala com respeito à impunidade: “os que ordenaram atos tão brutais se sentem encorajados a crer que nunca serão julgados”.

Sem embargo, China, mas sobretudo Rússia, defenderam o regime de Damasco e instiram em várias intervenções, que a resolução constituía uma intenção encoberta de legitimar uma eventual intervenção militar estrangeira na Síria.

Ambos países, apoiados por Cuba, votaram contra o texto, que finalmente foi aprovado com o voto de 37 países, enquanto três se abstiveram.

O diplomata russo Vladimir Zheglov criticou em nome do seu governo o “foco politizado e parcial contra a Síria” e advertiu que sua aprovação “atenta contra a missão encomendada pela Liga Árabe e pela ONU ao seu ex-Secretário Geral, Kofi Annan, que agora é interlocutor junto ao regime sírio como representante da comunidade internacional.

A China simplesmente aderiu à declaração da Rússia, enquanto que Cuba reiterou que se preocupa com a “perda de vidas inocentes em qualquer parte do mundo”, mas destacou que atribui-las de maneira “seletiva” ao regime de Damasco “propicia a intervenção estrangeira”.

Por sua parte, a delegação equatoriana condenou as violações dos direitos humanos na Síria, mas de declarou a favor de uma “saída humanitária, negociada e, sobretudo, soberana”.(RB)








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