Missão: os desafios de um missionário brasileiro em Moçambique
Cidade
do Vaticano (RV) – Moçambique. África! País distante, porém cada vez mais ligado
ao Brasil. A língua nos aproxima, sim, é verdade. Contudo, a diferença cultural é
um dos grandes desafios para os missionários no país.
Irmão Roberto Carlos
Ramos, 30 anos, é catarinense, professor, La Sallista, Irmão das Escolas Cristãs.
Chegou em Moçambique em 2007 onde, desde então, trabalha numa missão da Igreja Católica
na Arquidiocese de Beira, mais especificamente na comunidade de Mangunde.
Um
dos principais focos da Missão em Moçambique é a educação: são cerca de 800 internos,
mais de 1.400 pessoas que recebem auxílio para o tratamento com antirretrovirais além
de uma escola com 2.130 alunos. Irmão Roberto explica porquê os ex-alunos também assumem
uma grande responsabilidade na Missão.
“Nós estamos dedicando a eles a confiança
de formar outros professores e, aos poucos, há essa multiplicação a partir destes
líderes que foram formando novas lideranças. Portanto, o projeto e a Missão são muito
significativos. É preciso ter muita paciência, muita calma porque é uma cultura totalmente
diferente, uma língua tribal muito falada que, às vezes, complica um pouco a comunicação.
Mas estou muito realizado e feliz com o trabalho realizado aqui em Moçambique”.
A
Missão se concentra na província de Safala onde duas ameaças à saúde são constantes:
o HIV e a malária.
“Eu tive malária duas vezes: a primeira seguida de anemia
aguda. Como aqui em Safala cerca de 25% da população é portadora do HIV, os médicos
desaconselham transfusões de sangue então vivi um momento bastante delicado. Somente
depois de três meses o organismo volta ao normal. Nós, estrangeiros, não somos habituados.
Os nativos têm malária e logo ficam bons. A malária já fez muitas vítimas entre missionários:
recentemente uma irmã brasileira e um padre jesuíta. É uma doença perigosa”.
Os
desafios da Missão em Moçambique não param por aí: a guerra terminou mas as consequências
ainda são sentidas.