Representante vaticano pede diálogo para resolver crise síria
Cidade do Vaticano (RV) - "É preciso negociar": este é o apelo lançado pelo
Núncio Apostólico no Egito e Observador da Santa Sé na Liga Árabe, Dom Michael Fitzgerald,
sobre a crise síria.
Poucos dias atrás, Dom Fitzgerald participou da Conferência
dos amigos da Síria em Túnis, na Tunísia. Eis o que disse à Rádio Vaticano:
Dom
Fitzgerald:- A conclusão foi garantir ajuda humanitária, que é muito importante,
pois existem muitas vítimas, e de ter uma garantia por parte do Estado e do governo
sírio de permitir a entrada de médicos, medicamente e alimento para as pessoas. A
Conferência de Túnis demonstrou a preocupação do mundo sobre a situação na Síria.
A coisa evidente é que o governo sírio não estava presente: estava presente a oposição,
mas não o governo.
RV:- Esta crise parece ser muito diferente das registradas
no norte da África. A comunidade internacional, porém, está dividida sobre como enfrentar
este momento e como ajudar o povo sírio...
Dom Fitzgerald:- Há uma
grande solidariedade por parte de muitos países, por uma solução democrática, uma
solução pacífica. A tentativa é evitar um conflito, uma guerra civil. A decisão de
enviar Kofi Annan como delegado especial para ver se é possível negociar é muito importante.
Existe pelo menos a vontade de negociar. Em Túnis, não estavam presentes nem a Rússia
nem a China, que colocaram o veto no Conselho de Segurança, mas na Assembleia Geral
das Nações Unidas havia uma grande maioria que condenou o governo sírio pelas violências
contra a oposição.
Entretanto, com 89%, os sírios aprovaram o referendo sobre
a nova Constituição. A ONU, porém, criticou a regularidade do voto.
Enquanto
isso, os ministros do Exterior da União Européia aprovaram novas sanções contra o
governo sírio, enquanto no país ainda se registram vítimas: 35 segundo os ativistas
somente em Homs.