Crianças urbanas: grandes desafios para as famílias pobres
Nova
Iorque (RV) – Nem todas as crianças que vivem em áreas urbanas são beneficiadas
pela expansão econômica nas cidades. É o que revela o novo relatório sobre o assunto
divulgado esta semana pelo UNICEF.
Na verdade, um crescente número dessas crianças
está lutando para comer, ter acesso à água potável, à saúde e frequentar a escola.
Essas
crianças estão crescendo em favelas e assentamentos informais onde a exploração do
trabalho e a violência crescem desenfreadamente.
Peter Smerdon, porta-voz do
UNICEF, comentou os resultados.
“Mas de 1 bilhão de crianças ao redor do mundo
estão crescendo nessas circunstâncias, em áreas urbanas. E elas enfrentam muitos desafios
que são bem diferentes daquelas crianças que estão crescendo em regiões rurais. Quando
se pensa em pobreza, a maioria das pessoas pensa em crianças que crescem em áreas
rurais. Pensam ainda que as oportunidades são melhores nas áreas urbanas porque teriam
acesso às escolas, saúde entre outros. Mas para o mais pobre entre os pobres, isso
pode ser muito difícil em locais urbanos, especialmente em cidades da Ásia e da África
Subsariana. Hoje, mais de 50% da população mundial vive em áreas urbanas. Então, a
questão não é mais somente aquela das pessoas migrando das zonas rurais para as cidades.
O fato é que as cidades estão gerando elas mesmas e se tornando cada vez maiores.
Na Ásia, por exemplo, estão 66 das 100 áreas urbanas que mais crescem no mundo. A
África tem uma maior população urbana do que a América do Norte ou do que o Leste
Europeu. Então, é um grande problema que a cada dia se torna pior. A desigualdade
nas zonas urbanas entre ricos e pobres só está aumentando. Essa é uma das razões porque
agora há muitas crianças de rua na África e é por isso que precisamos fazer alguma
coisa em relação a isso agora: as crianças têm que fazer parte de um planejamento
urbano. Uma cidade que é boa para as crianças é boa para todos”. (RB)