Madri (RV) – A Caritas Espanha, entidade da Igreja Católica, advertiu quarta-feira
que a pobreza no país “é mais extensa, mais intensa e mais crônica que nunca” e que
o aumento da brecha salarial entre ricos e pobres “ameaça polarizar a sociedade espanhola”.
Estas são algumas das conclusões derivadas do informe “Exclusão e desenvolvimento
social 2012”, apresentado esta quarta-feira pela Caritas sobre a situação da pobreza
na Espanha.
Concretamente, a Caritas sublinha que a proporção de lares espanhóis
que vivem abaixo do nível da pobreza é de quase 22% e que outros 25% estão em “situação
de risco”.
De fato, um terço das famílias espanholas tem “sérias dificuldades”
de chegar ao fim do mês e o índice de desemprego dos chefes de família está por volta
dos 19%, o que supõe um “máximo histórico”.
“Considerando que além destes
dados, a linha da pobreza (calculada com base na renda média) caiu nos últimos anos
para 7.800 euros, hoje existem mais pobres, e são ainda mais pobres do que no ano
passado” – segundo afirmou o secretário-geral da Caritas, Sebastián Mora.
A
Espanha é um dos países europeus com o maior índice de pobreza, superado por pouco
pela România e a Letônia - recorda o informe. Segundo a análise da Caritas, a pobreza
aumenta quando o chefe de família é jovem ou quando há menores. A esta difícil situação,
acrescenta-se o menor investimento estatal: “se os muros de contenção social desaparecerem,
a pobreza vai disparar” – advertiu Mora.
O secretário geral recordou que a
Caritas atendeu em 2010 um milhão e meio de pessoas gravemente necessitadas, o que
supõe um aumento de 20% em relação ao ano anterior, e apontou que os dados de 2011
terão um igual aumento.
A respeito do trabalho da Caritas, Mora lembrou que
deve ser sempre complementar e subsidiário, e a situação atual deve servir para “repensar
o modelo de sociedade que queremos e como podemos viver juntos de maneira mais solidária”.
(CM)