2012-02-20 11:59:24

Incêndios em Honduras: Igreja chama à reflexão


Tegucigalpa (RV) - O sacerdote da Arquidiocese de Tegucigalpa, Pe. Carlos Magno, chamou hoje o povo hondurenho à “reflexão” diante da tragédia provocada pelos incêndios que causaram, terça-feira, 358 mortos em um cárcere do centro do país, e outro sábado, destruindo três mercados da capital.

“Estes acontecimentos devem nos fazer refletir e permitir que Deus faça algo novo em nós” – disse Pe. Magno na homilia dominical na Catedral de Tegucigalpa.

O religioso lamentou o incêndio ocorrido no Instituto Penal de Comayagua, e aludiu ao voraz fogo que consumiu três feiras populares na capital, deixando cerca de 12 pessoas feridas e perdas materiais ‘milionárias’ – segundo o prefeito da cidade, Ricardo Álvarez.

“Pedimos a Deus que cure Honduras destas feridas, que tenha piedade de nós e nos conduza ao caminho da salvação” – destacou o pároco da catedral da capital hondurenha.

Ele recordou que em muitas ocasiões, os hondurenhos atribuem a culpa das desgraças às estruturas, mas não veem que eles próprios têm que mudar. “Deus está nos mandando avisos com estes acontecimentos. Podemos nos levantar, retomar o caminho por um mundo diferente, podemos sair vitoriosos; mesmo quando há cinzas podemos nos erguer!” – clamou.

A tragédia do cárcere de Comayagua é a maior registrada na história penitenciária do país centro-americano. Em 2003, uma revolta entre réus deixou 69 mortos, enquanto outros 107 morreram num incêndio em 2004 no presídio de São Pedro Sula, no norte do país.

A superlotação caracteriza o sistema penal hondurenho, composto por 24 cárceres que abrigam mais de 13.000 reclusos, quando a capacidade máxima é de 8.280, segundo afirma o Comissariado Nacional dos Direitos Humanos, Ramón Custodio.

A situação de amotinamento também imperou na área dos mercados populares da capital hondurenha. Nos últimos 40 anos, registraram-se pelo menos dez grandes incêndios nas feiras populares da capital.
(CM)








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