Renúncia quaresmal em Viana do Castelo vai em partes iguais para Fundo Social Solidário,
Santuário de Nossa Senhora da Peneda e Casa Sacerdotal da diocese
(19/2/2012) O bispo de Viana do Castelo sustenta que a oferta de bens por parte da
Igreja não implica que os beneficiados devam converter-se ao catolicismo. Na mensagem
para a Quaresma e Páscoa, D. Anacleto Oliveira pede aos fiéis para não cederem à “tentação
do proselitismo, exigindo a fé em Deus como moeda de troca pelo bem” feito pela Igreja. O
responsável critica os “casos extremos” de pessoas que se “aproveitam” dos bens partilhados
“sem deles realmente necessitarem ou até – o que ainda é pior – para alimentar vícios
que são prejudiciais, a elas e aos outros”. O prelado salienta que a ajuda da Igreja
às pessoas “realmente carenciadas” não pode restringir-se aos bens materiais, devendo
levá-las a acolher “esse maior dom, que é Deus”.
“O exemplo mais convincente
é o da caridade”, porque nela se “revela o amor extremo de Deus”, “experimentado ao
vivo” pelos destinatários do bem, a quem dessa forma é “muito mais fácil falar-lhes
de Deus e atraí-los para Ele”. O documento anuncia que o Fundo Social Solidário
ao cuidado da Conferência Episcopal Portuguesa vai ser um dos destinos da renúncia
quaresmal, prática em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente
noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo
bispo. As receitas da renúncia, divididas em partes iguais, vão também reverter
para o Santuário de Nossa Senhora da Peneda, que a diocese precisa “como verdadeiro
centro de espiritualidade cristã”, e para a Casa Sacerdotal, onde se pretende “proporcionar
aos sacerdotes mais debilitados o conforto e o repouso de que necessitam”. O responsável
pela diocese minhota sediada 400 km a norte de Lisboa convida os fiéis a servirem-se
do itinerário espiritual proposto na sua Carta Pastoral “Cristo em vós: a Esperança
da Glória” para viverem a Quaresma e os cinquenta dias após a Páscoa. A primeira
parte, “Ao encontro comigo próprio”, é adequada à Quaresma, com o convite à conversão,
enquanto que a segunda, “Ao encontro de Cristo”, que reflete sobre a ressurreição
de Cristo, é adequada para o tempo que se segue à Páscoa. A última secção, sobre
o “testemunho vivo” que os cristãos devem dar “na Igreja e no mundo”, intitula-se
“Com Cristo ao encontro com os outros”, sendo aconselhada para a proximidade do Pentecostes,
período em que a Igreja assinala a efusão Espírito Santo pelos apóstolos reunidos
em Jerusalém, segundo a Bíblia.