Mensagem do bispo de Bragança-Miranda revela que dinheiro da renúncia quaresmal vai
para o Instituto Diocesano do Clero
(19/2/2012) A mudança de vida é uma obrigação ao alcance de todos mas exige a disciplina
do corpo, considera o bispo de Bragança-Miranda na sua mensagem para a Quaresma. A
“conversão, escutada no contexto da Quaresma, recorda-nos, fundamentalmente, que precisamos
de mudar o olhar e as atitudes do coração”, pelo que ela “não é só um dever, mas é,
também, uma possibilidade para todos”, salienta D. José Cordeiro no texto publicado
no jornal Mensageiro de Bragança. A Quaresma, explica o responsável, “prepara convenientemente
para o grande jejum pascal, a fim de que a mortificação do corpo progrida em todos
para o bem dos centros vitais da vida humana: o coração, a mente e a alma”. O especialista
em liturgia cristã recorda que as antigas celebrações quaresmais eram marcadas pela
“ penitência dos penitentes públicos que, expulsos no dia de Quarta-feira de cinzas
[primeiro dia da Quaresma], eram admitidos à reconciliação na Quinta-feira Santa”. Os
40 dias da Quaresma concentram-se na preparação para o Batismo, que ocorre na principal
celebração litúrgica do ano, a Vigília Pascal, na noite de sábado para domingo de
Páscoa, bem como na penitência e na celebração da Eucaristia, o sacramento mais importante
para os católicos. O responsável pela diocese transmontana, 500 km a nordeste de
Lisboa, lembra que a duração da Quaresma liga-se à narrativa bíblica do “jejum de
quarenta dias de Jesus no deserto”, que por seu lado remonta a várias tradições do
Antigo Testamento onde aquele número marca presença. A mensagem revela que o Instituto
Diocesano do Clero vai ser o destino da renúncia quaresmal, prática em que os fiéis
abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando
o dinheiro para uma finalidade especificada pelo bispo. As verbas revertem para
a “formação permanente dos Presbíteros e Diáconos” e para a “reconstrução da parte
central do edifício do Seminário Diocesano de S. José”, que acolhe a Casa Sacerdotal
e o Centro Pastoral. “Para realizar a tão urgente formação dos fiéis Leigos é absolutamente
necessária a formação permanente do Presbitério”, justifica D. António Cordeiro, o
mais novo dos bispos do episcopado português.