2012-02-18 10:55:35

Honduras: diocese de Comayagua pede melhores condições nos presídios


Comayagua (RV) – A diocese de Comayagua exortou a população hondurenha a exigir das autoridades a melhoria nas condições de reclusão e nas medidas de segurança nos centros de detenção do país.

O número de presos mortos pelo incêndio desta última terça-feira no presídio de Comayagua, na região central de Honduras, chegou a 377 no último balanço de vítimas divulgado pelas autoridades. O número não é definitivo. A prisão abrigava um total de 852 detentos, mais que o triplo da capacidade de 250 pessoas.

Enquanto as causas da tragédia são investigadas, a diocese de Comayagua, liderada pelo bispo Dom Roberto Camilleri, tornou público ainda na quarta-feira (15) um comunicado em que lamenta o fato e pede providências ao governo, como publicou a agência Zenit.

“A Igreja católica da diocese de Comayagua se dirige neste momento de consternação local e nacional aos familiares das pessoas privadas de liberdade que pereceram no Centro Penal de Comayagua, aos feridos e afetados no fatal incêndio que começou às 22h50 da noite de ontem, terça-feira, 14 de fevereiro, assim como ao povo hondurenho em geral”.

A diocese lamenta “profundamente a pior tragédia da história dos centros penais em nosso país” e se solidariza “grandemente com os familiares e as pessoas atingidas pelo incêndio que acabou com a vida de uma significativa porcentagem da população penal de Comayagua”.

A diocese convida os hondurenhos “a se unirem a nós num esforço comum para aliviar no curto e médio prazo as necessidades mais urgentes dos sobreviventes e das famílias afetadas”.

A Igreja em Comayagua observa que “é a terceira tragédia no termo de uma década em centros penais de Honduras, com o agravante de que o complexo penitenciário desta cidade de Comayagua era considerado como o de mais alto nível de segurança do país”.

O comunicado considera “lamentáveis as condições desumanas de superlotação e insegurança em que vive a população penal do nosso país. Especificamente no presídio de Comayagua, construído para abrigar 250 detentos, a população chegava a 852 pessoas privadas de liberdade”.

A diocese pede “às forças vivas da sociedade hondurenha que, unidos, exijamos das nossas autoridades a integridade e a dignidade dos cidadãos privados de liberdade, e que não se repita a lamentável tragédia que hoje enluta tantas famílias hondurenhas”.

O comunicado termina pedindo que “a comunidade cristã eleve orações ao Deus da vida, para que ele acolha nas suas mãos bondosas e receba em sua glória os nossos irmãos falecidos, e fortaleça nos familiares a certeza de que não estão sozinhos, de que Deus vela por eles e os acompanha nestes momentos difíceis”.

O texto é assinado por Dom Roberto Camilleri, OFM, e pelo clero de toda a diocese.








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