Honduras: diocese de Comayagua pede melhores condições nos presídios
Comayagua (RV) – A diocese de Comayagua exortou a população hondurenha a exigir
das autoridades a melhoria nas condições de reclusão e nas medidas de segurança nos
centros de detenção do país.
O número de presos mortos pelo incêndio desta
última terça-feira no presídio de Comayagua, na região central de Honduras, chegou
a 377 no último balanço de vítimas divulgado pelas autoridades. O número não é definitivo.
A prisão abrigava um total de 852 detentos, mais que o triplo da capacidade de 250
pessoas.
Enquanto as causas da tragédia são investigadas, a diocese de Comayagua,
liderada pelo bispo Dom Roberto Camilleri, tornou público ainda na quarta-feira (15)
um comunicado em que lamenta o fato e pede providências ao governo, como publicou
a agência Zenit.
“A Igreja católica da diocese de Comayagua se dirige neste
momento de consternação local e nacional aos familiares das pessoas privadas de liberdade
que pereceram no Centro Penal de Comayagua, aos feridos e afetados no fatal incêndio
que começou às 22h50 da noite de ontem, terça-feira, 14 de fevereiro, assim como ao
povo hondurenho em geral”.
A diocese lamenta “profundamente a pior tragédia
da história dos centros penais em nosso país” e se solidariza “grandemente com os
familiares e as pessoas atingidas pelo incêndio que acabou com a vida de uma significativa
porcentagem da população penal de Comayagua”.
A diocese convida os hondurenhos
“a se unirem a nós num esforço comum para aliviar no curto e médio prazo as necessidades
mais urgentes dos sobreviventes e das famílias afetadas”.
A Igreja em Comayagua
observa que “é a terceira tragédia no termo de uma década em centros penais de Honduras,
com o agravante de que o complexo penitenciário desta cidade de Comayagua era considerado
como o de mais alto nível de segurança do país”.
O comunicado considera “lamentáveis
as condições desumanas de superlotação e insegurança em que vive a população penal
do nosso país. Especificamente no presídio de Comayagua, construído para abrigar 250
detentos, a população chegava a 852 pessoas privadas de liberdade”.
A diocese
pede “às forças vivas da sociedade hondurenha que, unidos, exijamos das nossas autoridades
a integridade e a dignidade dos cidadãos privados de liberdade, e que não se repita
a lamentável tragédia que hoje enluta tantas famílias hondurenhas”.
O comunicado
termina pedindo que “a comunidade cristã eleve orações ao Deus da vida, para que ele
acolha nas suas mãos bondosas e receba em sua glória os nossos irmãos falecidos, e
fortaleça nos familiares a certeza de que não estão sozinhos, de que Deus vela por
eles e os acompanha nestes momentos difíceis”.
O texto é assinado por Dom Roberto
Camilleri, OFM, e pelo clero de toda a diocese.