ONU condena a repressão na Síria mas a violência não para
(17/2/2012) A Assembleia Geral da ONU voltou esta quinta-feira a condenar o regime
de Bashar Al-Assad pela violência contra opositores sírios, aprovando por larga maioria
uma resolução que prevê ainda a nomeação de um enviado especial para a Síria.
Apresentada pelo Egipto, em nome do grupo árabe nas Nações Unidas, e co-patrocinada
por mais de 70 países, a resolução teve 137 votos favoráveis, 12 votos contra e 17
abstenções. A votação teve lugar quase duas semanas depois do segundo veto russo
e chinês, no Conselho de Segurança, a uma resolução em moldes semelhantes, o que obrigou
os países árabes e ocidentais a virarem-se para a Assembleia Geral, cujas resoluções
não são vinculativas, mas servem de instrumento de pressão política. Os votos de
pelo menos três países não foram reflectidos na votação final, devido a problemas
técnicos na Assembleia-geral. Contra a resolução votaram, além da própria Síria,
China e Rússia, ambos membros permanentes do Conselho de Segurança, o Irão, Venezuela,
Coreia do Norte, Nicarágua, Bolívia, Equador, Bielorrússia, Zimbabué e Cuba. A
proposta de resolução exige o fim da violência pelo governo sírio, a libertação de
todos os detidos durante os protestos, a retirada de todas as forças armadas das cidades
e vilas, a autorização de realização de manifestações pacíficas e autorização para
o acesso incondicional dos monitores da Liga Árabe e da imprensa internacional. Apela
ainda às autoridades sírias que facilitem a assistência humanitária internacional
e pede ao secretário-geral e a demais organismos da ONU que apoiem os esforços da
Liga Árabe, incluindo com a nomeação de um enviado especial. A Alta Comissária
da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, apelou na segunda-feira na Assembleia
Geral a uma tomada de posição da comunidade internacional, face à continuação da violência,
que Estados Unidos e Reino Unido dizem ter feito mais de seis mil mortos.