2012-02-13 15:03:07

Fumo mata metade dos consumidores e é legal


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Nova Iorque (RV) – A indústria do tabaco fabrica o único produto legal que quando se usa da maneira indicada pelos fabricantes, mata a metade de seus consumidores.

Assim destacou a Assessora Regional para o Controle do Tabaco da Organização Pan-americana da Saúde (OPS), Dra. Adriana Blanco.

Dos 35 países do continente americano, 29 já aderiram ao Convênio Marco para o Controle do Tabaco, que está vigente desde 2005 e é o único instrumento internacional que obriga os Estados a aplicarem medidas que protejam a população da exposição ao fumo.

Dra. Adriana Blanco fala sobre os avanços conquistados pela América Latina com as leis de ambientes – públicos e de trabalho – 100% livres de fumo.

“Este é um aspecto muito relevante por seu impacto sobre os não-fumantes e também nos fumantes, já que as leis impelem o fumante a não fumar. Além disso, descaracteriza a ideia de que se pode fumar em todos os lugares fazendo com que, principalmente os jovens, entendam que fumar não é comum em todos os lugares”.

Sobre as recomendações para os governos, Blanco disse que o Convênio Marco para o Controle do Tabaco traz todas as orientações para eliminar a epidemia do tabagismo e que as medidas para isso são facilmente implementáveis. Isso já foi demonstrado pelos países em desenvolvimento do continente americano numa ação que também mostrou que é possível salvar vidas: estatísticas dos países que têm áreas livres de fumo registram queda nos casos de enfarto de miocárdio.

A Assessora da OPS deixa claro ainda que fumar não é um hábito.

“É um vício, com uma substância muito viciante e que a indústria que a produz sabia que era viciante muito antes de ter aceitado publicamente. Hoje, a maioria dos viciados deixariam de fumar, é o que nos dizem as pesquisas internacionais. É preciso buscar ajuda, já que parar de fumar não é fácil, mas também não é impossível”.

Sobre o conflito de interesses que existe entre a indústria do tabaco e o setor da saúde, Blanco diz que é uma relação difícil porque a indústria do tabaco segue sendo uma potência em nível económico e que usa esse artifício para pressionar indevidamente alguns governos. Como, por exemplo, nas assim ditas “responsabilidades sociais corporativas” que nada mais são do que uma forma de disfarçar, dar dinheiro para uma causa que não está ligada ao tabaco e, com isso, poder bloquear as regulamentações que freiam a indústria do tabaco porque esta indústria que colabora com os países. “Para o conflito de interesses não há reconciliação”, esclare.

Por fim, Blanco fala da relação do vício de fumar com o surgimento de doenças crônicas.

“O fumo está diretamente ligado ao surgimento de doenças crônicas não-transmissíveis. Neste momento, o mundo inteiro presta atenção nas doenças crônicas porque se não diagnosticadas precocemente, provavelmente os sistemas públicos de saúde não terão como fazer frente aos custos na saúde que virão a ter. Eu me refiro a doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer que têm causa comum no fumo”.

(RB/ONU)








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