Bento XVI: redescobrir a beleza do sacerdócio e da vida consagrada
Cidade do Vaticano (RV) - As famílias, "comunidade de vida e de amor", são
lugar para redescobrir a beleza do sacerdócio e da vida consagrada. É o que ressalta
Bento XVI na Mensagem para o próximo Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será
celebrado em 29 de abril, IV Domingo da Páscoa.
"As vocações, dom do amor de
Deus" é o tema do 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, ocasião para refletir
sobre a "verdade profunda da nossa existência", contida – ressalta o Santo Padre –
neste "mistério admirável", onde "cada criatura, e particularmente cada pessoa humana,
é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno"
(cf. Jer 31, 3).
"É a descoberta deste fato que muda, verdadeiramente
e profundamente, a nossa vida", recorda-nos o Pontífice. "Trata-se de um amor sem
reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a
sua raiz na gratuidade absoluta de Deus."
De fato, cada vocação específica
nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro
passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em
virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito
Santo» (Rm 5, 5).
Na realidade, "a medida alta da vida cristã consiste
em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel
e fecundo".
Neste terreno de um coração em oblação, "na abertura ao amor de
Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta
fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos,
nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se
aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46).
Palavra,
oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma
vida totalmente gasta pelo Reino.
Em seguida, Bento XVI pede às Igrejas locais
que "se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda,
oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste
modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda
em si mesma cada vocação".
"Tal dinâmica, que corresponde às exigências do
mandamento novo de Jesus – acrescenta Bento XVI –, pode encontrar uma expressiva e
singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo,
que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25)."
Nas famílias,
«comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer
uma experiência maravilhosa do amor de oblação.
"De fato – constata o Papa
–, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas
podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada
pelo Reino de Deus» (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir,
mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada."
"Que
os Pastores e todos os fiéis leigos – são, por fim, os votos de Bento XVI - colaborem
entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão»
a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima
Trindade." (RL)