2012-02-11 12:17:22

Restaurados em Cristo


Rio de Janeiro (RV) - Concluímos, neste Sexto Domingo do Tempo Comum, a proclamação litúrgica do primeiro capítulo do Evangelho de Marcos (Mc 1,40-45). Nos domingos anteriores vimos a abertura para a universalidade, ou seja, Jesus que coloca o seu pensamento e o seu olhar sobre os que sofrem, tanto próximos como os que estão longe. Jesus vai à sinagoga e imediatamente a sua fama se espalha por toda parte; sai e vai à casa de Pedro para curar sua sogra e, depois, uma cidade inteira pede para fazer a experiência da misericórdia. Todos daquela cidade queriam estar com o Senhor; mas Ele se sente chamado por todos os outros e, por isso, tem necessidade de ir para outros lugares para que os outros tenham a oportunidade de conhecê-Lo também.

O Evangelista Marcos nos diz que um dos traços que qualificam o ministério de Jesus é a missionariedade, o ir "em todos os lugares", porque quem ama, ama também os outros e não pode permanecer fechado em seu pequeno mundo, em seu particularismo.

Mas há, ainda, outro aspecto que ouvimos nestes domingos: o silêncio, que os estudiosos chamam de segredo messiânico. Haverá o momento em que Ele irá enviar todos para proclamarem a Boa Notícia. Poderiam ter uma ideia errada de messianismo. Veremos isso claramente quando o segredo é finalmente revelado; quando tudo vem manifestado, porque também os pagãos fazem a sua profissão de fé: “esse homem era realmente o Filho de Deus”, nos diz o centurião romano sob a cruz.

Um aspecto importante que devemos sublinhar é o da acolhida. Esse leproso, segundo a lei (veja a leitura do Levítico deste domingo), deveria estar fora do acampamento, longe de todos, rejeitado e excluído, e Jesus, diante dele, fez o contrário; foi ao seu encontro, tocou nele, Jesus acolheu o leproso.
Podemos ver nessa atitude a presença de Jesus que se aproxima de todos aqueles que estão longe da comunidade pelo pecado, não aparece em suas vidas a beleza da graça de Deus, e quando a pessoa se aproxima de Cristo, é Ele exatamente que vem e transforma sua vida! Nesse episódio, mais que uma questão da cura de uma doença é um grande anúncio da nova vida que Cristo nos traz com a Sua morte e Ressurreição.

Assim também somos chamados a fazer. Uma vez perdoados e reconciliados, somos enviados para ir ao encontro de todos, anunciando a Boa Notícia da salvação em Cristo a todas as pessoas. A acolhida é o primeiro serviço: encontrar o outro e ajudá-lo a superar barreiras e cercas, sentir-se e saber-se acolhido e experimentar a verdadeira caridade, o amor verdadeiro.
À luz de tudo isto seria bom, na nossa vida, que a ação de Jesus se torne ternura, oração! Nesta semana sigamos a recomendação que São Paulo faz na segunda leitura deste sexto domingo comum: ser imitadores de Cristo como “eu sou”, e, com isso, sermos capazes de olhar o passado e contemplar a Cruz para acolher, envolver e anunciar aos nossos irmãos e irmãs a alegria de sermos renovados, ressuscitados em Cristo Jesus!

Neste domingo que se segue ao Dia Mundial dos Enfermos e já nos preparando para a próxima Campanha da Fraternidade, vamos também acolher sempre o doente, tocar-lhe, dar-lhe cidadania, e trazê-lo para a comunhão eclesial, dando-lhe saúde física e espiritual no seguimento e no discipulado de Jesus, o Cristo Redentor!
† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ








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