2012-02-10 12:06:43

Simpósio sobre abusos se encerra com "compromisso de renovação da Igreja"


Cidade do Vaticano (RV) - O simpósio realizado em Roma sobre os abusos sexuais é “um passo importante” na ruptura da Igreja com a “cultura do silêncio” - afirmou quinta-feira o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, no encerramento do fórum.

Pe. Lombardi disse que o trabalho realizado durante quatro dias por 110 representantes de Conferências Episcopais de todo o mundo, 30 superiores de ordens religiosas, psicólogos e especialistas foi muito positivo, e demonstrou a intenção da Igreja em ajudar a sociedade a combater esses crimes.

Pe. Lombardi destacou também o apoio oferecido pelo Papa Bento XVI ao simpósio e as palavras ditas por ele, ao afirmar que “a cura das vítimas precisa ser acompanhada de uma renovação da Igreja”.

Entre as medidas para combater os abusos, está a criação do Centro para a Proteção da Criança, com sede em Munique, que será responsável pela formação de profissionais para lidarem com os casos de desvios sexuais. O Centro vai também reunir pesquisas e elaborar maneiras para prevenir o abuso de crianças por membros do clero. As aulas serão oferecidas em espanhol, inglês, alemão e italiano, e o Centro terá parceiros na Argentina, Equador, Alemanha, Gana, Índia, Indonésia, Itália e Quênia.

Para o Cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique, na coletiva de imprensa conclusiva, “o Centro de 'e-learning' é apenas uma parte da renovação da Igreja”.

“Esse momento histórico nos obriga a uma atitude, ao mesmo tempo, de humildade e ação... A perda de credibilidade está longe do fim, mas reconstruiremos nossa credibilidade passo a passo” – afirmou.

O arcebispo de Munique lamentou que se tenham ignorado “sistematicamente” as vítimas no passado, com tentativas de “ocultar a terrível verdade, em vez de a reconhecer em toda a sua amargura”.

“Uma coisa é clara: teremos de continuar a lidar com o debate dos abusos e a crise está muito longe de ter acabado; abertura, transparência e veracidade são, portanto, insubstituíveis” - completou.
(CM)








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