Simpósio sobre abusos: Dom Filoni fala de fenômeno execrável
Cidade do Vaticano (RV) - Conclui-se nesta quinta-feira o Simpósio sobre abusos
contra menores perpetrados por membros do clero, intitulado "Rumo à cura e a renovação",
em andamento desde terça-feira na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Nesta
quarta-feira falou-se, inclusive, que a questão dos abusos já custou para a Igreja
no mundo inteiro mais de dois bilhões de dólares. Por sua vez, o Promotor de Justiça
da Congregação para a Doutrina da Fé, Mons. Charles Scicluna, abordou o tema da busca
da verdade nos casos de abuso.
À noite foi celebrada uma missa, presidida pelo
Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Dom Fernando Filoni. Detalhes
com o colega Stefano Lesczynski:
"Os custos financeiros, para a Igreja, do
flagelo dos abusos contra menores associados com as investigações, e em alguns casos
com as pendências judiciárias em andamento em várias nações do Continente africano,
bem como na Áustria, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Alemanha, Índia, Irlanda,
Holanda, Filipinas e Suíça supera abundantemente a cifra de dois bilhões de dólares.
Somente nos EUA, até hoje, os custos financeiros dessa dramática crise superaram a
cifra de 500 milhões de dólares. O Promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina
da Fé, Mons. Charles Scicluna, ressaltou, na primeira parte dos trabalhos desta quarta-feira,
a importância dos objetivos do Simpósio, inclusive para restituir à Igreja a credibilidade
que lhe cabe. Na Igreja Católica não há mais lugar para a "cultura mortal do silêncio,
a cultura da omissão e conivência" – disse Mons. Scicluna, que depois acrescentou:
"quem engana, quem não denuncia, é inimigo da justiça e, consequentemente, da Igreja".
Ademais, o Promotor de Justiça reiterou o dever da Igreja de "escutar a dor das vítimas,
assisti-las e tratá-las com dignidade". Na conclusão do dia de trabalhos, o Prefeito
da Congregação para a Evangelização dos Povos, Dom Fernando Filoni, presidiu, na Basílica
dos Santos Apóstolos, à celebração da Eucaristia. Na homilia, referindo-se aos abusos
perpetrados por homens e mulheres de Igreja, o cardeal designado falou de fenômeno
execrável, e citando o Evangelho segundo São Lucas, ressaltou o profundo significado
do sacerdócio, entendido como missão da solicitude de Deus em favor do homem." (RL)