Igreja Ortodoxa denuncia aumento da pobreza na Grécia
(8/2/2012) O arcebispo ortodoxo de Atenas e de toda a Grécia, Jerónimo, enviou uma
carta ao primeiro-ministro do país, denunciando as dimensões “impressionantes” atingidas
pela pobreza e o desemprego. “Homens honrados perdem o trabalho de um momento para
o outro e também a sua casa. O fenómeno dos sem-abrigo e dos pobres está a assumir
dimensões impressionantes. Os desempregados aumentam aos milhares todos os dias”,
refere a missiva, endereçada a Lucas Papademos.
O Governo da Grécia está a
negociar um acordo com a 'troika', formada pelo Banco Central Europeu, a Comissão
Europeia e o Fundo Monetário Internacional, para poder receber a próxima tranche do
resgate de 1110 mil milhões de euros obtido em abril de 2010.
O líder da Igreja
Ortodoxa grega, a mais importante no país, fala em “contínuos cortes dos salários”
e “novos impostos que se estão a tornar insuportáveis”, levando várias pessoas ao
suicídio. “A paciência sem precedentes dos gregos está a esgotar-se, o medo pode
causar raiva e o perigo de uma revolta social não pode ser ignorado, nem por quem
manda nem por aqueles que aplicam as normas”, alerta a carta. O documento critica
“compromissos que não resolvem o problema, mas que atrasam só e de maneira provisória
a morte anunciada” da economia e lamenta as ameaças sobre a “soberania nacional” da
Grécia, pedindo que se coloque “um ponto final nesta tragédia”. As negociações
finais entre o primeiro-ministro grego e os partidos políticos para a aprovação de
um segundo plano de resgate coincidiram esta terça feira com uma greve geral, em
protesto contra as novas medidas de austeridade.