Dom Braz de Aviz: "Volto da África com o coração admirado"
Campala (RV) - Está em andamento
em Campala, capital de Uganda, a segunda reunião de religiosos e religiosas da África
e do Madagascar, sob a égide da Confederação dos Superiores Maiores (COSMAM/COMSAM).
Cinquenta e sete delegados analisam mecanismos, estilos e métodos para promover
a compreensão e a comunicação entre o clero diante dos desafios das Igrejas e povos
do continente.
O tema do encontro "Testemunhas da verdade a serviço da comunhão
e da reconciliação na África", e os debates são inspirados na Exortação pós-sinodal
"Africae Múnus", entregue às Igrejas africanas em novembro passado.
Na abertura,
esteve presente o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e
as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz. De volta a Roma, ele conta
foi sua primeira experiência em terras africanas:
"Eu agora nesses dias, do
dia 4 ao dia 7 estive em Uganda, em Campala, para a II Assembleia Geral de todos os
religiosos da África. Estavam representadas 21 das 41 Conferências de religiosos da
África dos vários países. Tinha muito desejo de ir até lá porque não conhecia ainda
a África, estando presente, então essa primeira viagem que foi a Campala e depois
de passagem pelo Quênia, por Nairóbi, trouxe muito ao meu coração essa alma africana.
E também a presença forte dos religiosos e das religiosas na África. Eu voltei com
o coração muito admirado da força desses homens e dessas mulheres, que é claro se
apóiam em Deus, se apóiam no Evangelho, para levá-lo às pessoas. O coração do africano
é um coração naturalmente aberto à experiência de Deus – isso é uma herança que eles
têm extraordinária. E é um povo que a gente sente que tem na alma a presença de Deus,
então esses religiosos foram revelar esse Deus, muitas vezes entregaram a própria
vida, como foi o caso dos mártires de Uganda. Eu celebrei a missa e fiz uma pequena
meditação com 400 religiosos de Uganda no santuário de São Carlos Luanga e de seus
companheiros, e a gente nota como esses mártires, que são do início do anúncio do
Evangelho em Uganda, marcaram e marcam o povo ugandense, mas também o povo africano.
Agora, as peregrinações a esse santuário são de uma massa enorme de pessoas todos
os anos e vai se tornando um centro realmente de difusão da fé. Pude notar também
o amor que têm os africanos pelos missionários – são pessoas que eles consideram realmente
como seus pais. E pude também perceber a importância que tem a presença dos religiosos
no trabalho de levar essa experiência verdadeira de Deus às pessoas, de trabalharem
a serviço da vida, nos dispensários, no meio da juventude, no meio da educação e no
âmbito da saúde. Voltei muito, muito feliz por essa primeira experiência."