Famílias cristãs abandonam cidade síria de Homs: "situação cada vez mais preocupante"
Damasco (RV) - "A maior parte das famílias cristãs de Homs deixou a cidade
síria, não porque recebemos ameaças – vez que até agora igrejas e lugares de culto
foram, em geral, preservados –, mas por uma situação que se torna com o passar das
horas cada vez mais preocupante."
É o que afirmam à Misna fontes religiosas
da Síria, que – por motivos de segurança – preferem permanecer no anonimato.
"Inclusive
os três bispos – um católico e dois ortodoxos – das dioceses de Homs e Hama não residem
mais na cidade", sob bombardeios há mais de cinco dias, acrescentam as mesmas fontes,
segundo as quais, no momento, somente alguns padres ortodoxos e poucos sacerdotes
permanecem na terceira cidade do país – habitada majoritariamente por sunitas e alawites.
"A
sensação aqui é que os eventos possam agravar-se a qualquer momento", afirmam interlocutores
da agência missionária, segundo os quais "a população síria tem consciência de estar
vivendo dias delicados e decisivos para os destinos da nação".
Trata-se de
uma impressão reforçada pelo fechamento, nesta segunda-feira, da embaixada estadunidense
em Damasco, e da decisão dos governos da Inglaterra, Itália e França de chamar seus
embaixadores presentes na capital síria, aonde chegou nesta terça-feira o Ministro
das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, para um encontro urgente com o Presidente
sírio Bashar al Assad.
Também a China anunciou estar considerando a possibilidade
de enviar um representante da diplomacia ao Oriente Médio e Norte da África para discutir
a questão síria com os países da área.
As duas potências, que continuam apoiando
o governo de Damasco, vetaram uma resolução do Conselho de Segurança da ONU defendida
pela Liga Árabe e por numerosas chancelarias ocidentais. (RL)