Dom Murilo Krieger media negociações entre governo da Bahia e policiais grevistas
da PM
Salvador (RV) - O Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger,
está mediando as negociações entre o governo da Bahia e os policiais grevistas da
PM.
A greve já dura sete dias e mobiliza um contingente de 4 mil homens de
Exército, Força Nacional e Polícia Federal. Dom Murilo Krieger estava nesta segunda
(6) com uma comissão de grevistas quando recebeu um telefonema do governador Jaques
Wagner (PT), dizendo que representantes do governo iriam para a residência episcopal.
Participaram do encontro membros de quatro associações, mas não houve avanços nas
negociações.
Entidades de Santa Catarina e Rio de Janeiro também estão preocupadas
com a greve dos policiais militares, que pode se alastrar para outros Estados. Já
nesta terça-feira, chega a Salvador o negociador da ONU, John Max Clliver.
O
governador, que tem comandado pessoalmente a reação do governo aos grevistas, disse
ao G1 que, apesar da disposição de negociar, não vai tratar de forma igual os policiais
que se manifestaram pacificamente e os que cometeram atos de violência.
Segundo
Jaques Wagner, a marca da atuação dele na política nunca foi a da intransigência.
Por isso, quer conversar com os grevistas. Mas afirmou que os que cometeram atos de
violência e os que degradaram o patrimônio público devem responder a processo.
A
Bahia é o décimo estado a enfrentar greve de policiais, e Wagner disse enxergar nesses
movimentos uma tentativa de pressionar o Congresso pela aprovação da PEC 300, que
equipara o piso salarial de PMs e bombeiros nos estados ao do Distrito Federal, superior
a R$ 4 mil.
Desde o início da paralisação, o número de homicídios em Salvador
e região metropolitana aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior.
Além de Salvador, outras cidades tiveram prejuízos, com o fechamento de estabelecimentos
comerciais. As escolas adiaram o início do ano letivo e empresários do setor turístico
amargam cancelamentos às vésperas do Carnaval. A chancelaria dos Estados Unidos, por
exemplo, divulgou um comunicado advertindo seus cidadãos que evitem viagens ao Estado.
(BF)