Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações Femininas
Nova York (RV) – Mais de 140 milhões de mulheres no mundo já passaram por mutilações
genitais e três milhões ainda hoje são expostas a essa prática brutal, que viola os
direitos humanos. Por esse motivo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza, a
cada dia 6 de fevereiro, o Dia Internacional da Tolerância Zero contra as Mutilações
Femininas.
Tem-se a informação de que a idade em que essas mutilações ocorrem
tem sido cada vez mais baixa. Sobre essa e outras questões, a Rádio Vaticano conversou
com Augusta Angelucci, psicóloga especialista em questões femininas, funcionária das
Nações Unidas que por 15 anos trabalhou na África. “No que tange as consequências
psicológicas, é importante fazer uma distinção”, disse ela.
Explicou que,
para as meninas que vivem nos países onde as mutilações são feitas dos seis aos oito
anos, todos os anos, em um ritual mais ou menos como o da circuncisão masculina, o
trauma é, em parte, recompensado pela atenção e afeto recebidos pelos seus familiares,
que acompanham e participam do processo.
Já para as meninas que são enviadas
a esses países e sofrem a prática, quando voltam para onde moram sentem-se desrespeitadas,
traumatizadas pela violência da prática, além de perderem a confiança nos próprios
pais que os submeteram a tal procedimento.
A Organização Internacional Anistia
Internacional acusa a Europa de não agir com eficácia para combater essa prática.
Questionada sobre qual tipo de intervenção poderia funcionar, ela responde que deveriam
ser feitos “diálogos interculturais, campanhas de sensibilização e de fortalecimento
do feminino, das mulheres”. Angelucci ressaltou ainda a importância de se entender
as tradições culturais desses países e frear as práticas ancestrais nocivas à saúde
das mulheres, mas também as que ferem a saúde dos homens, das crianças e dos idosos.
(ED)