Somália é um Estado "falido", denuncia o Administrador Apostólico de Mogadíscio
Nova Iorque (RV) - A comunidade internacional deve contribuir para restabelecer
o mais rápido possível um "governo técnico" na Somália, que depois de 21 anos de anarquia,
é hoje um Estado "falido". Esta é a dura análise do Administrador Apostólico de Mogadíscio,
Dom Giorgio Bertin. A declaração foi feita à Agência Cns, durante uma visita nos dias
passados a Nova Iorque, a convite da Caritas Internacional, para encontrar expoentes
das Nações Unidas.
Segundo o capuchinho italiano, que é também Bispo de Djibuti,
é necessário encorajar os líderes mundiais a construírem uma liderança somali responsável,
capaz de governar o país. Uma liderança capaz de "representar realmente o povo somali",
que se tornou refém dos senhores da guerra, e que "responda à comunidade internacional
sobre sua atuação".
Dom Bertin observou que isso ajudará também a resolver
a pirataria ao largo das costas do país, um problema que não pode ser enfrentado somente
com operações da polícia marítima, mas requer também uma solução política e humana:
"A solução não está somente no mar, mas vem da terra".
Na entrevista, o prelado
falou também do papel desempenhado pela Igreja para assistir a população martirizada.
Uma solidariedade – recordou – feita não somente de ajudas materiais, mas
também de pessoas que perderam a vida na Somália. Em todos esses anos de vazio de
poder, acrescentou, a Igreja sempre esteve presente, inclusive também através de financiamentos
a organizações muçulmanas, considerando que este fosse o melhor modo para ajudar o
povo somali.
Segundo o último relatório da Caritas Somália, atualmente, existe
no país um milhão e de 356 mil deslocados internos. (BF)