2012-01-30 12:36:50

Sudão do Sul: os jovens devem ser protagonistas do futuro do país


Juba (RV) – “Os jovens sejam construtores de paz, na avanguarda da reconciliação do Estado de Jonglei, no Sudão do Sul”: este é o desafio lançado pelo Conselho de Igrejas do Sudão (SCC) – que inclui católicos, ortodoxos, presbiterianos e pentecostais – para acabar com as violências na região de Jonglei. Há muito tempo, de fato, se registram na área confrontos entre as comunidades locais de fazendeiros Lou-Nuer e Murle. As tensões, quase sempre relacionadas com a posse da água e das pastagens, provocaram até agora 25 mil desabrigados.

“Sem o envolvimento dos jovens e um sentido de pertença dos mesmos no processo de paz – escreve a nota do Conselho de Igrejas -, toda tentativa de reconciliação está fadada ao fracasso.” Por isto, as Igrejas sudanesas acusam o recrutamento de crianças-soldado que pode provocar conflitos “nas próximas gerações”.

Destacando que a verdadeira paz “não é simplesmente a ausência de conflito”, mas “está alicerçada na dignidade e igualdade entre todas as pessoas, criadas à imagem e semelhança de Deus”, o Conselho de Igrejas propõe trabalhar pela reconciliação do país em dois níveis: um institucional, em que o governo assume a tarefa de garantir a segurança e o desenvolvimento da população, e através da lei, assegurando justiça para todos.

O segundo nível será, por sua vez, realizado pelo próprio Conselho de Igrejas, que “identificará, formará e apoiará alguns representantes de cada uma das comunidades do país, em particular os jovens, para que se tornem agentes de paz”. “Esta rede de pessoas – lê-se na nota – será o alicerce do processo de reconciliação também em outros Estados do país.”

Manifestando, ainda, a própria preocupação e a dor pelas violências cometidas no Sudão do Sul, as Igrejas se dizem próximas às vítimas e a suas famílias: “Como nação – escreve o Conselho –, devemos redescobrir e reclamar aquela paz e aquela unidade que percebemos tão fortes durante o processo de independência”, proclamada em 9 de julho de 2011.

Além disso, um apelo particular é dirigido à ONU para que continue a deslocar os soldados de paz no Estado de Jonglei, enviando também ajudas humanitárias. Na conclusão da nota, o Conselho de Igrejas se dirige a todos os cidadãos do Sudão do Sul, pedindo-lhes para “rezar por uma solução estável do conflito”. (SP)







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