Palermo (RV) - Inicia-se nesta segunda-feira a nova edição do Pátio dos Gentios,
um espaço de diálogo entre crentes e não-crentes, promovido pelo Pontifício Conselho
para a Cultura. Desta vez, o encontro abordará o tema da máfia e do crime organizado.
Em
entrevista à Rádio Vaticano, o magistrado Giusto Sciacchitano, vice-fiscal nacional
de combate à máfia, define o Pátio como “um sinal da cultura contra a degradação da
delinquência”. “A máfia é um problema cultural, político, sociológico e econômico
que afeta todo o mundo; é claro que ela tem que ser combatida por vias legais, mas
também com a cultura, pois a máfia se baseia numa ‘incultura’” - explica Sciacchitano.
Em
Palermo, o Pátio dos Gentios vai abordar dois valores fundamentais: a Justiça, entre
moralidade e legalidade, e a Tradição multi-religiosa e multi-cultural. Estes dois
fatores fazem da ilha mediterrânea uma “casa” de culturas que animam as margens do
“Mar entre terras”: uma terra chamada hoje a desenvolver sua vocação natural ao diálogo
entre religiões e civilizações.
A Sicília foi dominada durante séculos por
vários povos diferentes. Em sua cultura e em seus sistemas jurídicos, os sicilianos
“foram obrigados a dialogar”, e esse diálogo se transformou numa espécie de hábito.
Considerada
como a “capital da máfia”, Palermo também foi reconhecida pela ONU como a capital
do combate à máfia. Nesta cidade foi assinada a Convenção das Nações Unidas contra
o crime organizado.
Como reafirma Sciacchitano, este problema “não afeta só
a Itália nem só a Sicília; mas realidades como o Extremo Oriente, a América do Sul,
a Europa do Leste, a área dos países balcânicos, atravessados por rotas do tráfico
de diversos grupos organizados”.
Para saber mais: http://www.cortiledeigentili.com.
A
edição de Palermo (que se conclui terça-feira) segue os “Pátios” de Bolonha, Paris,
Bucareste, Florença, Roma e Tirana. (CM)